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07/11/2019 às 09:54

A reviravolta na vida de Bruna Marquezine

Leiagora

O mercado publicitário, o meio artístico e a imensidão de fãs de Bruna Marquezine se perguntam algo que parece simples, mas não é: "Afinal, o que afinal Bruna quer fazer da carreira?" Nos últimos meses, temos acompanhado um série de notícias envolvendo empresariamento artístico, licença de trabalho e cursos profissionalizantes.

Na tarde desta quarta-feira (6), uma onda de boataria tomou conta das redações e dava conta de que a TV Globo havia rescindido seu contrato com a atriz. A informação foi imediatamente negada pela emissora, que, através da Central Globo de Comunicação, reafirmou que Bruna continua de licença para investir em cursos profissionalizantes. Minutos depois, a Mattoni Comunicação, empresa que, até então, geria a carreira e o agenciamento da atriz, anunciou o fim da relação com a jovem. A história de Bruna com os Mattoni era longa. Juliana Mattoni, a dona da empresa, a considerava como uma filha. Em julho de 2018, a atriz deixou o tradicionalíssimo escritório de Zeca Vitorino e passou a trabalhar com Juliana.

A estratégia de Marquezine estava clara ao trocar de escritório: os Mattoni focam no lado comercial, e, com eles, ela lucraria muito mais com publicidade. Graças a esse escritório, Bruna virou a chamada it girl, que é tal garota que influencia toda uma geração de jovens. E, de fato, a atriz é, atualmente, a "abelha rainha" das influenciadoras. E sua renda, obviamente, disparou. 

Bruna é hoje, ao lado de Marina Ruy Barbosa, o maior nome do mercado publicitário brasileiro voltado para o público jovem. Só para ter uma ideia, ela não aceita mais fazer apenas um post em seu poderoso Instagram - com incríveis 37 milhões de seguidores - para uma marca aleatória, que vai conseguir associar sua empresa a um nome tão forte por um valor regular.

Bruna só fecha campanhas digitais, com maior engajamento e retorno financeiro. Nada por menos de 90 mil reais, um valor que não dá para comparar com o seu salário na TV Globo, que, aliás, teve seu valor reduzido recentemente. A emissora paga cerca de 60 mil reais por mês à jovem atriz. 

É lógico que estar no ar diariamente na tela da Globo aumenta absurdamente o valor de mercado de qualquer ser vivo. O consumidor associa a pessoa ao produto imediatamente na hora em que assiste à novela, e isso, para o mercado, não tem preço. A questão de Bruna Marquezine é que ela se tornou uma personalidade tão grande e tão forte que acaba sendo maior do que qualquer obra em que esteja trabalhando. Resumindo: estar no ar para Bruna não é tão rentável como para os atores comuns.

Marquezine começou na TV aos 5 anos de idade, como uma das entrevistadoras do "Gente Inocente", da TV Globo. Três anos depois, virou celebridade nacional, um dos nomes mais comentados do país como a chorona Salete, de "Mulheres Apaixonadas", de Manoel Carlos. A transição para fase adulta aconteceu nove anos depois, em 2012, na novela "Salve Jorge". Ali o Brasil foi apresentado a uma Bruna sexy, com um corpo deslumbrante e a meiguice da infância. O protagonismo de uma novela das nove veio dois anos depois ao viver a Helena de "Em família". Esse histórico mostra que Bruna cumpriu seu papel como atriz, mas agora, aos 24 anos, depois de 17 anos de carreira, ela decidiu reavaliar o que o que quer para sua vida, algo que acontece na vida de quase 100% dos jovens brasileiros. Vale ressaltar que em seu último trabalho, "Deus Salve o Rei", Bruna foi alvo de ataques severos da imprensa e dos haters. E enfrentar a crueldade da internet e a acidez dos críticos é para os fortes.

Está claro para o mercado que Bruna está se reposicionando em todas as esferas profissionais. Ela reduziu drasticamente suas aparições públicas entre o fatídico Carnaval deste ano e o último Rock in Rio. Desde então, sua vida pessoal saiu das manchetes. O momento agora é de reposição profissional. Saber que pode, sim, continuar lucrando com publicidade e direcionar sua carreira para trabalhos menos cansativos que as novelas e muito mais respeitados pela classe artística. Esses trabalhos são as micro, mini e macrosséries, que são os tais projetos especiais da Globo. Bruna quer porque quer fazer da chamada "elite" dos atores desses projetos, como Cauã Reymond, Sophie Charlotte, Daniel de Oliveira, Gabriel Leone, Alice Wegmann, Maria Casadevall, entre outros. Essa galera se considera muito mais artista do que celebridade. Eles querem ser reconhecidos por sua obra, não por seu último affair.

Mas um ponto fundamental para entrar para esse "grupinho" é fazer Cinema. Não importa a bilheteria e pouco vale o tempo em que o filme fica em cartaz. O que vale é a entrega à Sétima Arte. E foi isso o que Bruna fez. Ela lançou em Gramado o filme "Vou nadar até você", com a promessa de lançamento em outubro, mas que até agora não apareceu em nenhuma sala de cinema. Na verdade, isso pouco importa. Ela quer é mudar. Os sinais estão aí e continuarão a aparecer. Bruna se cansou da exposição e quer que seu trabalho seja, de fato, reconhecido. E o caminho já começou a ser trilhado.

 
Coluna Leo Dias 
 
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