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14/11/2019 às 16:57 | Atualizada: 14/11/2019 às 17:02

Vereadores das 34 cidades de MT que podem ‘desaparecer’ protestam

Fernanda Leite

Vereadores das 34 cidades de Mato Grosso que podem ser extintas caso a PEC do Pacto Federativo seja aprovada no Senado, se reuniram nesta quinta-feira (14), na União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (Ucmmat) para debater e achar soluções que impeçam a medida.

Conforme a PEC, a ideia é incorporar os municípios com população menor que 5.000 habitantes e arrecadação própria inferior a 10% de suas receitas, nas cidades vizinhas.

Caso os 34 municípios sejam extintos, 306 vereadores e 34 prefeitos e aproximadamente mil agentes políticos, entre eles secretários, adjuntos e cargos comissionados também deixariam de existir.

Vereador de Araguainha (467 km de Cuiabá), Edison de Oliveira Filho, relata que a população está contrariada e em pânico com a proposta do governo federal. A cidade tem 935 habitantes, e poderá ser incorporada a cidade de Alto Araguaia, distante dela, a 78km.

“Queremos que os nossos representantes os deputados e senadores nos ajudem a barrar isso aí. Não queremos nos tornar uma cidade de Alto Araguaia que é longe de nós”, criticou.

Presidente da Câmara de Porto Estrela ((distante 190,2 km de Cuiabá), 
vereador Ediney Aparecido da Silva, popular Ediney do Picolé, lamentou a decisão do governo federal. “É bombástica essa situação, os municípios pequenos precisam de ajuda e não serem destituídos, a cidade depende 100% da prefeitura, é um retrocesso de 28 anos. Que a nossa bancada nos ajudem”, disse.

Porto Estrela pode ser incorporada a Cáceres, que é distante a 107km. “É inviável ter que ir na cidade de Cáceres para fazer tudo. Precisamos de recursos e não que acabem com as cidades”, criticou.  

Presidente da Ucmmat, vereador de Vila Bela da Santíssima Trindade, Edcley Coelho, avalia que a PEC vem com algumas propostas boa, a exemplo da reforma Tributária, porém, ‘acabar’ com os municípios em Mato Grosso é uma péssima ideia.

“Não vai trazer solução ao país, vai trazer um caos para o Estado. Nesses municípios moram mais de 110 mil que não querem morar em distrito, até moram, mas pensando em emancipação deles. O Estado de Mato Grosso é imenso e tem municípios próximos que tem culturas diferentes e que não se misturam. Alguns dizem que vão acabar com vereadores e prefeitos e o povo? Quem nasceu nesses lugares? Queremos um plebiscito nesses munícipios e naqueles que irão receber e os municípios que receberão esses municípios irão querer, se terão condições”, pontuou.
 
 
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