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15/11/2019 às 17:12

Em 3 anos, Mato Grosso terá mais aposentado do que servidores ativos, diz secretário

Alline Marques

O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, diz que a reforma da Previdência é essencial para evitar que o estado paralise. Ele revela que em 3 anos, o estado de Mato Grosso terá mais aposentados do que servidores na ativa, o que tornaria invável pagar o déficit, que deve chegar a R$ 30 bilhões em 10 anos. Atualmente o rombo é de R$ 150 milhões por mês, cerca de R$ 1,4 bilhão por ano. Com a proposta de reforma, o governo prevê uma economia de R$ 24 bilhões na próxima década.

Não tem como cidadão continuar pagando essa conta. O Estado não é uma máquina de fazer dinheiro, ele vive da arrecadação de impostos pagos pela sociedade”, afirmou em entrevista à Rádio Capital na quinta-feira (14).

Em Mato Grosso, o servidor público pode aposentar com 45 anos. Carvalho alega que é muito cedo e a pessoa ainda tem muito para dedicar ao serviço público, porém, opta por se aposentar, ir trabalhar na iniciativa privada e recebendo o benefício integral.

Caso não seja aprovada, o secretário confirma que só será possível amenizar o impacto com aumento de impostos com medidas que vão desde dobrar o ICMS da conta de energia, que hoje já chega a 25%, até criação de um novo Fundo de Transporte e Habitação.

Ele explicou ainda que em três anos, o estado de Mato Grosso terá mais aposentados do que servidor na ativa trabalhando. Portanto, se torna impossível manter salário em dia. Para amenizar o impacto, também deve-se usar tecnologia para substituir a mão de obra e digitalizar o trabalho. Segundo ele, o governador Mauro Mendes (DEM) já tem buscado alternativas neste sentido.

O governo apresentou esta semana uma proposta que é a mesma proposta pelo governo Federal a qual deve aumentar a idade para aposentar para 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens. Além disso, outro impacto é que terá um teto, ou seja, independente do valor que o servidor ganhe no fim de carreira, ganhará apenas R$ 5.800 na aposentadoria. A alíquota mínima também sairá de 11% para 14% e a partir dai passa ter um escalonamento nos descontos.

“Este é um enfrentamento que temos que fazer, justamente para entregar para a população mato-grossense mais infraestrutura, saúde e segurança. Com a reforma será possível garantir mais investimentos”, afirmou.
Para o secretário, os direitos adquiridos ao longo desses anos geraram as maiores dificuldades que se tem hoje para a gestão pública.
 
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