Imprimir

Imprimir Notícia

20/11/2019 às 13:35 | Atualizada: 20/11/2019 às 17:07

Pronto-socorro no HMC estaria funcionando sem anestesista e materiais cirúrgicos

Maisa Martinelli

Apenas um dia depois da entrega do novo Pronto-Socorro do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que aconteceu nessa segunda-feira (18), funcionários denunciaram a falta de planejamento da unidade hospitalar, que não possui médicos suficientes para atender a demanda. De acordo com as denúncias, não há material, ortopedista, exames de tomografia e nem mesmo anestesista.

Na noite de terça-feira (19),  com paciente acidentado e correndo sério risco de morte, médicos estavam desesperados em grupos de WhatsApp em busca de anestesista. A administração do HMC ofereceu R$1.900 pelo plantão, no entanto, nenhum profissional se propôs a ir lá. Havia somente um anestesista no antigo pronto-socorro e um no Hospital São Benedito, por isso os médicos foram orientados a não abandonar o PS antigo.

"Com apenas 1 anestesista em cada Pronto-Socorro fará com que o atendimento se torne precário nos dois PS. Caso haja insistência ou coação por parte da Diretoria para deslocarmos para o novo PS, devemos alertá-los do erro, pedir um documento por escrito , fazer um BO para nos resguardar e até formalizar uma denúncia no CRM", informou um integrante de um grupo de médicos.

Segundo relato de uma funcionária, a situação estava precária com a falta de profissionais e materiais para procedimentos cirúrgicos.

“Tem um paciente que sofreu acidente, ele está gravíssimo. [...]O paciente pode morrer. Não tem um ortopedista no hospital, porque foram todos para o HMC. Não tem material para fazer cirurgia nesse paciente. O prefeito Emanuel Pinheiro está brincando com a vida dos cidadãos, está brincando com a vida da população, ele está pensando que saúde é brincadeira!”, desabafou a funcionária. 

O outro lado

Enquanto de um lado as denúncias são gravíssimas, do outro tudo parece estar sob controle. Segundo noticiou a assessoria da Prefeitura de Cuiabá, o primeiro dia de funcionamento da última etapa do HMC “foi marcado pelo atendimento de 72 pacientes de urgência e emergência (graves)”.

A assessoria informou que foram realizadas seis cirurgias de média complexidade e quatro leitos de estabilização - onde ficam pacientes graves com risco iminente de morte -  foram ocupados.

Além disso, de acordo com o diretor-geral da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, Alexandre Beloto, 95% dos pacientes foram levados de ambulâncias e de Samu.

“A maioria dos pacientes recebida neste primeiro dia foram trazidos de veículos oficiais destinados ao socorro em casos de urgência. Isso demonstra que o realinhamento do fluxo tão cuidadosamente planejado pelo prefeito Emanuel Pinheiro junto à Comissão Pro Implantação do HMC funcionou com louvor, conforme o programado, e todos os pacientes foram recebidos de forma célere e humanizada”, disse ele.

Com a entrega da última etapa realizada na última segunda (18), o hospital  passou a ter uma estrutura para 315 leitos, sendo 178 de adultos, 20 no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), 60 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), 38 de Emergência, 06 salas de cirurgia e 13 leitos RPA (recuperação pós-anestesia). 

Atualização às 17h05:  A assessoria da Prefeitura de Cuiabá entrou em contato com a reportagem, informando que irá emitir uma nota sobre o ocorrido ainda hoje.
 
 Imprimir