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02/12/2019 às 23:07 | Atualizada: 02/12/2019 às 23:21

Prefeito diz que é vítima de perseguição e denúncia envolvendo Mendes é uma 'violência inaceitável'

Gabriella Arantes e Alline Marques

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), disse que é vítima de uma armação baixa, grosseira e repugnante. Ele avalia ainda, que se comprovada a denúncia de que o governador Mauro Mendes (DEM) estaria pressionando a Delegacia Fazendária para investiga-lo, traria a tona um escândalo ainda maior que o da Grampolândia Pantaneira, criado para monitorar conversas de adversário política do ex-governador Pedro Taques (PSDB).

Nesta segunda-feira (2), o prefeito foi até a Assembleia Legislativa e protocolou uma denúncia em que alega sofrer perseguição política e estar sendo coagido pelo governo do Estado. Isto porque Mendes estaria utilizando-se do aparelhamento estatal em benefício próprio com o propósito de desmoralizá-lo.

“Eu fiz uma denúncia, primeiramente, ao Poder Legislativo que é o foro competente para investigar atos do Executivo”, explicou em entrevista na noite de hoje, em que comentou ter recebido informações de pessoas idôneas sobre esta articulação dentro do governo e por isso resolveu levar ao conhecimento do Parlamento.

Pinheiro diz ainda que caso não levasse ao conhecimento das autoridades competentes para apurar os fatos poderia ser acusado de prevaricação. No entanto, faz questão de tratar o assunto com cuidado e dizer que tratam apenas de suposições e por isso solicitou que os fatos sejam apurados.

“Tratam-se de denúncias feitas por de pessoas idôneas da nossa sociedade, senão jamais teria levado adiante e entendi que não poderia prevaricar sobe este assunto. Estou pedindo que se apure, se confirmado, este será um escândalo ainda maior que Grampolândia Pantaneira”, afirmou.

A denúncia trata-se de que os delegados fazendários estariam sendo, supostamente, pressionados pelo delegado geral a agir para prejudicar o prefeito e atingir a vida pública. Para isto, tomariam como base o boletim de ocorrência feito pela servidora Elisabete Maria de Almeida, 31 anos, em que relata uma suposta compra de votos para resultar na cassação do vereador Abilio Brunini (PSC).

“Estamos diante de uma farsa grosseira, violência à democracia, possível utilização do aparelho estatual para prejudicar uma pessoa pública. Essa mulher tem que falar imprensa, ela não falou que ela tem vídeo? Audio? Então que mostre e prove o que ela falou como a Assembleia vai buscar a verdade”, afirmou Pinheiro.


Ainda sobre as denúncias envolvendo o governador, Pinheiro classificou como uma “violência inaceitável”. “Se podem fazer isso com uma autoridade, imagina com um cidadão comum, com um jornalista, pai de família, trabalhador. Não podemos aceitar o aparelhamento estatal sendo utilizado em favor de ninguém. O Estado é feito para atender ao povo. O princípio da impessoalidade é sagrado e em hipótese alguma pode ser violado, pois é uma violência ao estado democrático de direito imaginar que o aparelhamento estatal está sendo usado para abraçar amigos”, declarou.

O prefeito revelou ainda ter pensado em falar com o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamente, mas acabou entendendo que a AL seria o foro competente para investigar o Executivo. Ele disse ainda que não cogitou falar com o governador por enteder que tratam-se de denúncias gravíssimas. 

O caso

A servidora havia feito a denúncia durante oitiva no processo de cassação na Câmara e registrou um boletim de ocorrência. Os parlamentares membro da Comissão de Ética da Câmara protocolaram, na semana passada, uma notícia crime sobre o fato junto ao Gaeco e à Delegacia Fazendária. É então que tudo começou. “Isto é uma armação grosseira, repugnante, baixa e vil desta senhora que de forma leviana trouxe a público uma denúncia totalmente mentirosa”, defendeu-se.

Além disso, Abilio registrou outro boletim de ocorrência como vítima apresentando prints de conversas com a servidora em que ela relataria o que ocorria na festa realizada na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante), onde supostamente, o prefeito teria chegado com um envelope com dinheiro oferecendo R$ 50 mil e mais 20 cargos na prefeitura. No entanto, até o momento nenhum vídeo ou áudio que comprove a compra teria sido apresentado pela denunciante.

Juca do Guaraná garante que Elisabete não esteve em sua casa no dia da festa e nesta segunda-feira (2) apresentou à Comissão de Ética vídeos das câmeras de segurança e a lista de presença do condomínio onde mora como prova de que a servidora não estava no local. Além disso, ele alega que algumas pessoas citadas por ela também não estariam presente na casa dele, dentre elas a chefe dela, Oséas Machado, suplente de vereador, e o ex-vereador Ralf Leite. Já nesta terça, os vereadores da Comissão de Ética irão ao Gaeco e Defaz levar estes documentos apresentados por Juca.
 
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