16/12/2019 às 08:32 | Atualizada: 12/02/2020 às 11:15
Taques mandou destruir todo material dos grampos antes do escândalo
Luana Valentim
O coronel da Polícia Militar Zaqueu Barbosa confessou durante a força-tarefa da Polícia Civil que sumiu com todo o material referente aos grampos ilegais obedecendo uma ordem do então governador Pedro Taques (PSDB). O fato ocorreu antes mesmo de todo o escândalo que ficou nacionalmente conhecido como Grampolândia Pantaneira.
Zaqueu destacou que aguardou o governador à época Pedro Taques (PSDB) retornar de viagem para poder expor a ele que era preciso abrir um procedimento para apurar todos os fatos que o então promotor Mauro Zaque havia lhe relatado.
“Havia um combinado entre ele [Zaque] e o governador de que eu passaria o comando que a cadeira era dele e do secretário, isso era um combinado entre os dois e eu não tinha office nenhum, muito pelo contrário, a cadeira nunca me pertenceu. Eu estava como comandante geral. Pedi apenas que ele me dissesse o dia e para quem passaria, mas que abrisse um procedimento para apurar os fatos que vieram à tona por meio do promotor Mauro Zaque”, disse em vídeo que o GD teve acesso.
O coronel informou que Zaque chegou a relatar o nome de algumas pessoas, no qual ele não tinha conhecimento que elas estavam sendo ouvidas. Segundo ele, Taques disse para ele não se preocupar, pois ele iria sentar com o secretário para tratar deste assunto.
Zaqueu ainda disse que contou a Taques que esteve com os coronéis Evandro Lesco e Airton Siqueira e pediu para parar com os grampos, foi quando o tucano o ordenou que sumisse com todo o material e assim ele fez.
“Depois eu sentei com os meninos [Lesco e Siqueira] e disse que a intenção do governador é sumir com o material. A partir do momento que foi dada a ordem, eles cumpriram. Depois disso nos encontramos uns três dias depois e eu perguntei se foi dado destino, eles disseram que foi. Agora qual o destino eu não perguntei”, pontuou.
O coronel explicou que não sabe dizer se o sistema Sentinela e a placa 'Wytron' estavam no mesmo HD, mas reitera que a ordem era para dar destino a todo o material, inclusive, áudios que pudessem incimina-los. Ele disse que a conversa com o governador foi na copa que fica ao lado do gabinete e estavam apenas os dois na sala.
Zaqueu destacou que essa conversa ocorreu no começo do segundo semestre de 2015, antes mesmo da conversa com o promotor Mauro Zaque. Logo após, foi realizada a última interceptação.
“A equipe do Fantástico estava aqui, ainda não havia sido veiculada a matéria, eu fui chamado para uma reunião no Palácio, na Casa Civil e lá tive acesso ao primeiro documento, um despacho do Dr. Marco Aurélio relativo à operação de Sinop. Para mim isso era uma novidade. Logo em seguida veio a informação da falsificação do protocolo, o governador deu até uma coletiva no dia em que ele disse que era algo de uma cidade do interior, para mim aquele protocolo era de 2017”, informou.
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