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08/01/2020 às 11:15 | Atualizada: 08/01/2020 às 11:49

Jonh Lennon ganha a liberdade

Luana Valentim

O juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá Flávio Miraglia Fernandes concedeu nessa terça-feira (07), o habeas corpus a Jonh Lennon da Silva que foi preso acusado de ter matado o jornalista Marcelo Ferraz no dia 28 de setembro.

O corpo do jornalista foi localizado em um terreno no bairro Bosque da Saúde. Dois dias depois, John Lennon foi preso e confessou o crime. Ele já tem passagens por furto. 

O magistrado determinou que ele cumpra medidas cautelares como comparecer ao Juízo para informar suas atividades civis a cada três meses. Caso haja descumprimento das medidas impostas, Jonh Lennon poderá retornar à prisão.
Miraglia ainda designou audiência de instrução para o dia 13 de março, às 14h, devendo intimar as testemunhas arroladas, o acusado e expedir carta precatória se necessário.

Entenda

A investigação referente ao assassinato do jornalista concluiu que o crime teria ocorrido por uma divergência relacionada à droga e não por ciúme, conforme versão apresentada por Jonh Lennon. A suspeita de violência sexual também foi descartada, apesar de o laudo ainda não ter sido concluído.

O delegado Fausto Freita, explicou que a versão apresentada pelo acusado foi descartada através de depoimentos de testemunhas e também pelas imagens das câmeras da região. Jonh Lennon confessou e relatou ter flagrado a vítima mantendo relação sexual com a namorada dele. Em um ato de impulso por ciúme, agrediu Marcelo a pedrada causando a morte por afundamento craniano.

No entanto, em depoimento à polícia, a namorada, que não teve a identidade revelada, conta que momentos antes do crime ela estava com o acusado e mais um usuário conhecido como Velinho na região da Avenida do CPA. Em seguida, Jonh saiu e retornou minutos depois acompanhado de Marcelo, que era conhecido pelos usuários pelo apelido de ‘cheque de ouro’, gíria utilizada para classificar pessoas que possuem grana para bancar drogas para outros usuários, moradores de rua.

Marcelo teria chegado com uma garrafa de conhaque e já havia feito uso de bebida alcóolica no dia do crime. Logo depois seguiram para a região do viaduto da Avenida Miguel Sutil, lá a namorada conta que teria se desentendido com o acusado e saído do local. O jornalista teria dividido um ‘pega’ com John Lennon, ou seja, uma pedra de craque. Algo avaliado, segundo o delegado, no valor de R$ 3 reais.

O acusado ofereceu a pedra acreditando que Marcelo bancaria mais droga para o resto da noite, porém, ao saber que a vítima estava sem dinheiro e nem mesmo algo de valor que pudesse pagar a droga acabou ficando furioso, agredindo o jornalista até a morte e deixando o corpo no próprio local.

As roupas reviradas, o que teria levantado a hipótese de crime sexual contra a vítima, o delegado alega que teria sido pelo fato de John Lennon ter buscado dinheiro ou até mesmo um celular escondido. Porém, a vítima estava sem nada, nem mesmo cartões. Ele possuía apenas uma carteira de estagiário da Ordem dos Advogados do Brasil como identificação. Documento que foi deixado pelo suspeito no local, próximo do corpo.

O delegado informou que, apesar de o laudo referente à violência sexual ainda não ter sido concluído, em conversas com os peritos a agressão teria sido descartada, por não encontrar lesões que sustentassem a tese.

Sobre a participação da namorada de John no assassinato, o delegado disse que não há como comprovar, pois o local não crime não conta com câmeras. Portanto, há apenas a versão dela de que deixou os dois e seguiu para uma residência, onde mais tarde, o acusado chegou e contou sobre o crime. No entanto, informou que caso o MP entenda necessário novas diligências podem ser realizadas e a garota pode inclusive responder por falso testemunho ou até mesmo cumplice de assassinato.
 
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