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12/01/2020 às 08:15

Assembleia e Câmara atuam como partidos e se articulam para lançar nomes para o Senado

Alline Marques

A vacância de uma cadeira no Senado tem movimentado o cenário político de Mato Grosso e os grupos se organizam para lançar candidatos, até mesmo os poderes Legislativos - Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Cuiabá - pensam em trabalhar um nome para a disputa e assim ter mais chance de garantir representatividade no Congresso Nacional.

Já era esperada a movimentação por conta das eleições municipais, mas com a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos) pelo Tribunal Superior Eleitoral por caixa 2 e abuso de poder econômico, os ânimos ficaram ainda mais exaltados. Quase toda dia surge um nome novo. No entanto, o que chamou a atenção foi a articulação do Legislativo para tentar trabalhar nomes. Casas que são plurais pela diversidade, pensam em deixar as diferenças de lado para buscar consenso em torno de um nome. A estratégia é usar os demais colegas como cabos eleitorais na campanha. 

O que chama a atenção é que normalmente estas alianças são feitas entre partidos e não entre Poderes. Com esta estratégia, tanto a Câmara quanto a Assembleia estariam atuando como sigla partidária na busca de eleger um representante no Senado. A eleição suplementar ainda não tem data confirmada para ocorrer, mas a expectativa é para 26 de abril. O Tribunal Regional Eleitoral deve definir isso no dia 22 de janeiro, quando retorna do recesso.

Na Assembleia a situação de um consenso tem se distanciado com tantos nomes sendo colocados. O presidente da Casa, deputado Eduardo Botelho (DEM), é um dos favoritos, já tendo inclusive garantido alguns apoios, no entanto, há dúvidas ainda sobre a saída do democrata para a disputa, pois ele teria outros planos. Nos bastidores, fala-se até na possibilidade de seguir o colega Guilherme Maluf e ir para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), já outros, falam em uma disputa a prefeitura de Várzea Grande.

Outro nome é também do DEM: Dilmar Dal Bosco (DEM). Líder do governo e representante de Sinop, o nome dele é sempre citado quando se fala em um nome da AL para a disputa ao Senado. Outro que resolveu se lançar ao Senado é o militar Elizeu Nascimento (DC), que vem ganhando notoriedade com a CPI da Energisa. E há ainda o esquerdista Lúdio Cabral (PT), que já teve o nome lembrado até mesmo pelo presidente da AL.

Max Russi (PSB) também já chegou ter o nome ventilado e é um dos que defende uma candidatura de consenso entre os parlamentares. A ideia seria garantir uma representação forte no Senado e aliado dos deputados. Janaina Riva (MDB), vice-presidente da AL, ainda não tem idade para disputar eleição pro Senado e por isso está de fora, mas é uma das principais articuladoras desta estratégia ousada.

E sem ficar atrás, agora é a vez da Câmara Municipal de Cuiabá querer se unir em torno de um nome. Lógico que um dos favoritos é o presidente da Casa, Misael Galvão (PTB), que já tem participado de reuniões para discutir o assunto. Por outro lado, Juca do Guaraná (Avante) anunciou seu nome e disse ter o apoio do petebista na disputa.

A estratégia seria não apenas garantir apoio dos vereadores de Cuiabá, mas buscar uma “aliança” com a União das Câmaras Municipais de Mato Grosso e assim garantir base no interior do estado. Correndo por fora, como representante da oposição no Legislativo cuiabano, Abilio Brunini (PSC), que corre o risco de ser cassado em fevereiro, também já anunciou o interesse em sair para a disputa.
 
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