Imprimir

Imprimir Notícia

17/01/2020 às 14:13 | Atualizada: 17/01/2020 às 14:25

Kardec repudia declaração nazista de secretário nacional de Cultura: 'repugnante e criminoso'

Alline Marques

O secretário de Estado de Cultura, Allan Kardec (PDT), repudiou a declaração do secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, e considerou o ato repugnante e criminoso. O pedetista usou as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido que causou uma grande mal-estar para o governo Federal e resultou na demissão de Alvim.

Robertou gravou um vídeo para anunciar um novo programa voltado para a Cultura e fez referência a Joseph Goebbels, um ideólogo da propaganda nazista. Para Kardec “não dá para aceitar um secretario de cultura que faça apologia direta ao nazismo! Parafraseando um discurso de propaganda de Hittler. Além de repugnante, é criminoso!”.

O secretário de Mato Grosso destacou que a “arte é instrumento da livre expressão do sentimento humano, de resistência, de luta, de ampla e irrestrita representação dos diversos saberes populares. Tem que estar livre para pensar, se expressar. E uma Política Pública para a Cultura deve zelar pela diversidade, pelo respeito, direito cultural e pela democracia. Não pode servir como propaganda de pensamentos tão retrógados, que causaram tantas mortes e sofrimentos a tantas populações. É lamentável”.

O secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, copiou a proposta nazista ao propor uma nova arte para o Brasil. "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", disse ele no vídeo.

Alvim usou as redes sociais para falar sobre o fato e classificou a situação como um mal-entendido, disse que não sabia a origem da frase usada por ele e que o discurso foi construído por várias ideias levadas por assessores. Por outro lado, em entrevista, voltou a reafirmar o fato de que a frase usada pelo nazista “coaduna com o nosso ideal de construção de uma arte nacional”.

A declaração nazista repercutiu muito mal no meio político e gerou revolta de autoridades como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pediu o afastamento urgente de Alvim, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tem origem judaica. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, presidente do STF, disse que o vídeo é uma ofensa ao povo brasileiro. A Confederação Israelita e a representação diplomática da Alemanha no Brasil. Até o guru do governo Olavo de Carvalho já havia criticado a paráfrase de Goebbels por Roberto Alvim.
 
 Imprimir