Imprimir

Imprimir Notícia

02/02/2020 às 08:20 | Atualizada: 03/02/2020 às 13:53

Saiba quais são os cuidados para se evitar curto-circuito em casa

Luzia Araújo

Os exames realizados pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontaram que um curto-circuito em uma impressora, que estava ligada diretamente na tomada,  pode ter provocado o incêndio em um apartamento no 12º andar do Edifício Garden Vile, no último domingo (26), em Cuiabá.

Rapidamente, o fogo provocado pelo curto-circuito se espalhou pelos móveis e materiais de escritórios que estavam no cômodo da residência, gerando uma alta quantidade de fumaça. Por sorte, não havia nenhum morador no apartamento, porém as chamas assustaram os moradores vizinhos, que tentaram conter o incêndio, mas sem sucesso.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e foram necessárias quatro viaturas e 16 bombeiros para conter as chamas,  evitando a propagação do fogo para outros cômodos do apartamento e garantindo a saída dos moradores do edifício com segurança.

Segundo o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Danilo Ferreira de Souza, todas as instalações elétricas e até aparelhos eletrônicos estão sujeitos a sofrerem um curto-circuito ou sobrecarga de energia.

“Um curto ocorre quando temos uma carga máxima de energia elétrica em um determinado ponto. Ele pode ocorrer em uma instalação elétrica ou até mesmo dentro de um equipamento eletrônico, onde também pode acontecer falhas e provocar o curto”.

Ainda segundo o especialista, para evitar um incêndio provocado pelo curto-circuito existem uma série de dispositivos de proteção, que devem ser instalados em uma residência.   

“Existem dois dispositivos essenciais. O primeiro é o disjuntor. Todos os circuitos da casa devem estar protegidos por eles. O outro, é a presença na residência do Dispositivo de Proteção a Corrente Residual, conhecido também como DR. Ele, além de proteger do choque elétrico, evita gastos desnecessários de energia e também protege contra incêndios provocados pelos choques”.  

Danilo destaca que muitas residências não possuem o disjuntor instalado de forma correta e que o equipamento é o  principal item de proteção contra incêndio em uma casa.

“Ele identifica quando a corrente elétrica está muito elevada e abre o circuito, não permitindo que o condutor elétrico chegue próximo ao seu ponto de fusão, fazendo a ignição de materiais combustíveis”, explicou o coordenador ressaltando que uma instalação elétrica deve ser projetada, instalada e verificada por um profissional capacitado.

“Depois disso, devemos, periodicamente, fazer inspeções visuais nas instalações com um profissional capacitado e habilitado”, disse Danilo lembrando que de acordo com a Norma de Instalações Elétricas, a inspeção deve ser realizada uma vez por ano.

Outro cuidado importante para se evitar um curto-circuito destacado pelo coordenador foi evitar inserir muitos equipamentos em um ponto de tomada. “As pessoas não devem comprar o famoso “T”. Existem réguas padronizadas com filtro de linhas que podem aumentar a quantidade de pontos de tomadas, para equipamentos de baixo consumo, como celular, televisão e notebook”.

Em caso de um curto-circuito, o capitão do Corpo de Bombeiros, André Conca Neto, explicou que o morador deve ligar, imediatamente, para o Corpo de Bombeiros, no número 193 e em seguida, desligar o fornecimento da energia elétrica na residência.

“Nas casas que dão acesso direto a rua, a primeira iniciativa, dentro das possibilidades, é desligar a energia.  Esse é o primeiro procedimento que tomamos quando atendemos uma ocorrência dessa natureza. Se for prédio, o combate pode ser feito com extintores, porque nele se aplica a lei de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que exige um extintor de incêndio no pavimento. Então a pessoa, mesmo sem desligar a chave geral, consegue ter acesso a um equipamento adequado, que é o extintor em pó, para fazer o combate”.
 
 Imprimir