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14/02/2020 às 10:45

CPI do Paletó termina em bate-boca após solicitação de sigilo e suspensão dos trabalhos

Alline Marques

A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) terminou em confusão e bate-boca nesta sexta-feira (14). Requerimentos apresentados pelos vereadores Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), relator e membro da CPI, causaram alvoroço e revolta nos parlamentares de oposição que acompanhavam a sessão.

O social democrata apresentou dois requerimentos. O primeiro pedia a juntada de documentos dos órgãos de controle que já investigaram o caso. O segundo pedia a suspensão dos trabalhos da Comissão até que esses documentos fossem entregues.

Para o parlamentar, essas informações são essências para embasar as atividades que serão desenvolvidos pelo grupo. Joelson também apresentou dois requerimentos. O social cristão pede para que todas as decisões da Comissão sejam tomadas em colegiado por maioria dos votos, o que daria respaldo para a base do prefeito, uma vez que ele e Toninho votariam em conjunto contra o presidente da CPI, Marcelo Bussiki (PSB), que compõe a base. Ele ainda solicitou que, de agora em diante, as sessões passassem a ser sigilosas.

Os pedidos geraram tumulto no auditório. Os vereadores Diego Guimarães (PP), Felipe Wellaton (PV), Abílio Junior (PSC) e Wilson Kero Kero (PSL) se revoltaram com os requerimentos que classificaram como “absurdos” e começar a gritar para os vereadores Toninho e Joelson: “pau mandado do prefeito, capacho do prefeito, vendidos”.

Os ânimos ficaram exaltados e foram contidos somente após o presidente da Comissão tomar as rédeas da reunião. Todos os requerimentos foram recebidos por ele, e uma nova reunião será marcada para deliberação.

Ao decretar o fim da sessão, a confusão começou novamente. Enquanto Abílio chamava Toninho de “pau mandado”, o social democrata revidava o chamando de ex-vereador, devido ao processo de cassação que está prestes a ser votado em plenário.

A CPI contra o prefeito foi instaurada em novembro de 2017 a fim de apurar suposto recebimento de vantagens indevidas por parte de Pinheiro á época em que exercia o mandato de deputado estadual. 

A investigação é reflexo de um vídeo, no qual o emedebista aparece recebendo maços de dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete de Silval. Conforme a delação premiada do ex-governador, o dinheiro era um tipo de mensalinho pago aos parlamentares durante a sua gestão em troca de apoio na Assembleia Legislativa.
 
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