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19/02/2020 às 10:23 | Atualizada: 19/02/2020 às 11:34

Silvio confirma propina de R$ 500 mil a Emanuel; Bussiki quer convocar Riva para CPI

Kamila Arruda

Silvio Cesar Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, voltou a reafirmar que o dinheiro entregue por ele nas mãos do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), era oriundo de propina. A confirmação foi feita na manhã desta quarta-feira (19), junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Câmara de Cuiabá para investigar o atual chefe do Executivo Municipal.

A propina teria sido paga no período em que Pinheiro exercia o mandato de deputado estadual. A ação foi registrada por Silvio por meio de uma gravação de vídeo, a qual deu origem à investigação no âmbito do Legislativo Cuiabano.

De acordo com ele, o valor negociado com os deputados seria de R$ 600 mil, no entanto, o prefeito recebeu de oito a dez parcelas de R$ 50 mil para fazer vista grossas nas obras do MT Integrado, o que dá algo em torno de R$ 400 a R$ 500 mil. “Reitero o que disse em minha delação, e também em depoimento anterior prestado nesta CPI”, disse o ex-chefe de gabinete. 

Questionado se o recurso seria destinado para o pagamento de pesquisa, como alega o prefeito, Silvio garante que não, reafirmando ser pagamento de propina. “Jamais”, afirmou.

Além disso, a CPI ainda investiga uma possível obstrução de justiça por parte do emedebista, através do ex-secretário de Estado Allan Zanatta. Uma gravação apreendida pela Polícia Federal expôs uma conversa entre o ex-secretário e Silvio. No áudio, o Zanatta e o ex-assessor de Silval comentam sobre a filmagem em que Pinheiro aparece recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás.

O áudio foi apreendido na residência de Pinheiro em setembro do ano passado durante a Operação Malebolge, 12ª fase da Operação Ararath, que teve o prefeito como um dos alvos.

Silvio afirma que o encontro dos dois se deu a seu pedido. Na oportunidade, ele pediu dinheiro emprestado a Zanatta, tendo em vista que estava em uma situação financeira delicada. “Ele me emprestou dinheiro, mas em nenhum momento me pediu faro em nome do Emanuel”, garante.

Apesar disso, o ex-chefe de gabinete afirma que se sentiu traído por Zanata. “Me senti traído no sentido de prejudicar a minha delação, pois ele estava ali como amigo, e ele abriu seu coração pra mim, assim como eu abri o meu”, disse.

Para ele, a intenção era “beneficiar” algumas pessoas, dentre eles o prefeito da Capital. “A grosso modo sim”, completou.

Atualizada às 10h42 - O clima esquentou na CPI. Isto porque Abílio começou fazer perguntas a Silvio que seriam direcionadas ao vereador Toninho de Souza. O presidente da CPI, Marcelo Bussiki, apaziguou a situação. 

Atualizada às 10h51 - Toninho rebateu Abílio: "ele veio aqui não para falar com o depoente, não para falar sobre investigação, ele veio direcionado a este vereador por conta da condução de um processo na Comissão de Ética que ele nao aceita até hoje". 

Atualizada às 10h53 - Silvio respondeu as perguntas de todos os membros da CPI, sendo eles os vereadores Marcelo Bussiki (PSB), Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), presidente, relator e membros, respectivamente. Além disso, também não êxitou a responder os questionamentos dos parlamentares que acompanhavam a sessão da Comissão. Em todas as suas respostas, Silvio foi enfático em dizer que Pinheiro recebeu propina, e que Zanatta queria beneficiá-lo com a gravação apreendida.

Atualizada às 10h56 - Os membros da CPI não descartam a possibilidade de vir a requerer uma acareação entre Silvio e Zanatta para esclarecer a questão referente à suposta obstrução de Justiça por parte do prefeito. Vale ressaltar que, na ocasião do encontro gravado por Zanatta com Silvio, Pinheiro já respondia pelo Palácio Alencastro.

Atualizada às 10h57 - O vereador Luis Claudio, líder do prefeito, pediu permissão para apresentar junto à CPI o parecer do MPF sobre a possível obstrução de Justiça por parte de Emanuel Pinheiro. Ele solicitou que o documento seja lido na próxima sessão da CPI. 

Atualizada às 11h - Bussiki destaca que, diante da confirmação da delação do ex-deputado José Riva, ele seria uma peça importante para ser ouvido na CPI, pois era o presidente da Assembleia na ocasião do pagamento de propina. 

Atualizada às 11h04 - Encerram as perguntas e Silvio se colocou à disposição da CPI, para, a qualquer momento ser convocado para elucidar fatos sobre a investigação.

O próximo a ser ouvido é o ex-governador Silval Barbosa no dia 3 de março. 

 
 
 
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