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20/02/2020 às 09:30 | Atualizada: 20/02/2020 às 09:39

Juiz envia denúncias de cabo Gerson para Corregedoria de Justiça investigar Selma

Camilla Zeni

O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que a gravação das declarações do cabo PM Gerson Luiz Correa Junior seja enviada para que a Corregedoria-Geral de Justiça investigue Selma Arruda. 

A decisão, dessa quarta-feira (19), leva em consideração as denúncias feitas por Gerson, de que promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), onde ele atuava, e Selma Arruda, teriam praticado irregularidades durante as investigações. 

As informações vieram à público inicialmente com a Grampolândia Pantaneira, que apura um esquema de interceptações telefônicas orquestrado por membros da Polícia Militar e governo Pedro Taques (PSDB). 

Na 11ª Vara Militar, Gerson passou por três interrogatórios e revelou esquemas de escutas clandestinas também no Gaeco, além da participação de Selma Arruda. No dia 13 de fevereiro, o militar reafirmou as declarações, quando foi ouvido pelo juiz Jorge Tadeu, no âmbito da operação Ouro de Tolo.

Juíza aposentada, e hoje senadora cassada, Selma atuou na 7ª Vara Criminal nos seus últimos anos de magistratura, e foi a responsável por decisões nas operações Arqueiro e Ouro de Tolo. Elas apuraram um esquema de desvio de dinheiro dentro do governo Silval Barbosa, que resultou inclusive na prisão da ex-primeira dama e ex-secretária Roseli Barbosa.


Uma cópia das declarações de Gerson também deve ser enviada para a Corregedoria-Geral de Justiça, para investigação dos promotores e procuradores citados por Gerson. Foram eles: Célio Wilson, Marco Aurélio de Castro, Marcos Bulhões, Marcos Regenold, Samuel Frungillo e Paulo Prado.

Cabe destacar, no entanto, que a Procuradoria-Geral de Justiça já havia aberto investigação contra seus membros denunciados por Gerson, justamente depois das declarações do militar. Apenas o promotor Marco Aurélio acabou denunciado à Justiça. As demais investigações foram arquivadas.


O magistrado também autorizou o compartilhamento de provas da Grampolândia com advogados dos denunciados pela operação Arqueiro. O pedido foi feito justamente depois que Gerson prestou depoimento e revelou as ilegalidades cometidas na investigação. A intenção dos advogados é pedir a nulidade da operação.
 
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