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02/03/2020 às 13:37 | Atualizada: 02/03/2020 às 13:41

Acusado de não agir sobre propina, Paulo Prado diz que não houve formalização

Camilla Zeni

O procurador de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, rebateu as acusações do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), de que não teria agido ao saber sobre extorsão e esquema de propina envolvendo deputados da Assembleia Legislativa.

A acusação de Silval voltou a ser feita na manhã desta segunda-feira (2), quando o ex-governador prestou novo depoimento na Câmara de Cuiabá. Ele foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que apura a quebra de decoro por parte do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), flagrado recebendo suposto dinheiro de propina.

Silval foi questionado pelo vereador Diego Guimarães sobre a posição do Ministério Público diante dos relatos de extorsão por parte dos deputados. Isso porque o ex-governador alegou que sofria pressão dos parlamentares para pagar a propina, em troca de apoio para que os projetos da Copa do Mundo de 2014 fossem aprovados na Assembleia.

Segundo o ex-governador, ele teria conversado com o então procurador-geral, Paulo Prado, relatando o caso. Silval contou que o procurador teria sugerido que ele gravasse as reuniões com os parlamentares, mas que não deu nenhum andamento ao caso. 

Em nota, o procurador Paulo Prado esclareceu o assunto, ao fim da manhã. Ele confirmou que Silval introduziu o assunto durante uma visita institucional naquela época. Alegou, contudo, que o então governador não formalizou a denúncia para que o Ministério Público tomasse providências.

“Em resposta, sugeri que o então governador se reunisse com sua assessoria direta e com a área de inteligência do Governo e preparasse uma representação formal detalhada da suposta chantagem que estaria sofrendo, inclusive informando os nomes dos parlamentares que exigiam propina”, diz trecho da manifestação.

Paulo Prado também confirmou que sugeriu que Silval gravasse as supostas tentativas de extorsão e encaminhasse o material para o Ministério Público. Mais uma vez, Silval não teria levado qualquer tipo de documento ao órgão, segundo o procurador. 

Depoimento em CPI
Essa foi a segunda vez que Silval foi ouvido na CPI do Paletó, aberta em 2018 para investigar a postura do prefeito Emanuel Pinheiro no caso. Além dele, seu ex-chefe de gabinete, Silvio Corrêa, também já foi ouvido. Os dois confirmaram que pagavam propina para diversos parlamentares, entre eles Emanuel Pinheiro. O prefeito teria recebido R$ 500 mil em propina.

Silvio Corrêa foi o responsável por gravar um vídeo que viralizou em todo o país. Destaque no Jornal Nacional, ele conseguiu flagrar Emanuel Pinheiro recebendo o suposto dinheiro e guardando os maços em seu paletó. Daí surgiu, também, o nome da CPI.
 
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