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07/04/2020 às 11:00 | Atualizada: 07/04/2020 às 11:15

Ida de Toninho de Souza para PSDB causa racha no ninho tucano

Alline Marques

A filiação do vereador Toninho de Souza no PSDB não agradou a muitos correligionários do ninho tucano, que passaram a criticar fortemente a postura do presidente da sigla na Capital, vereador Ricardo Saad (PSDB). O parlamentar deixou o PSD e se filiou ao PSDB na ultima sexta-feira (03), data final para troca de partido, conforme calendário da Justiça eleitoral. 

Tido como um político de peso por causa de sua votação na última eleição. Muitos acreditam que Toninho usará o PSDB como escada para ser eleito em outubro deste ano.

A sua filiação na sigla tucana se deu pelas mãos de Saad, o que rendeu várias críticas internas. Por meio de uma carta aberta, o parlamentar explicou a sua decisão e ainda criticou a postura de diversos dirigentes da legenda.

“Muitos filiados do partido estão apontando o dedo para mim como presidente da Executiva Municipal, mas, se quer, moveram uma palha para ajudar a legenda a se organizar para a eleição. Há correligionários, inclusive, que nunca se manifestaram em prol do partido, que estavam trabalhando para vereadores de oposição, mas que hoje, se vêem no direito de nos criticar sem procurar saber o que, de fato, está acontecendo”, criticou.

O vereador foi mais além e ainda teceu duras críticas aos membros da Executiva Estadual. De acordo com ele, no ano passado foi colocado o nome do empresário Carlos Nigro como pré-candidato ao Palácio Alencastro, a fim de auxiliar na formação da chapa proporcional.

Contudo, o tucano afirma que até o momento não houve qualquer manifestação por parte da Estadual. “Em nenhum momento barramos ou nos manifestamos contrário a este projeto, muito pelo contrário, o nome do Nigro era consenso entre nós vereadores. Com isso, ficamos esperando uma posição mais efetiva, principalmente no que se refere à formação da chapa proporcional. Acreditávamos e esperamos, que a Estadual e o pretenso candidato a prefeito nós auxiliasse na organização da chapa para que pudéssemos encarar a eleição deste ano, mas isso não aconteceu”, enfatizou.

Diante disso, Saad afirma que ele e o vereador Renivaldo Nascimento foram em busca da viabilização da chapa sozinhos, mas encontraram dificuldades, justamente pro conta da postura da Executiva Estadual. “Mesmo assim, mais uma vez, nós vereadores fomos em busca de pré-candidatos, mas ninguém quis vir para o partido com receio de imposições da Estadual”, completou.

Saad acredita que isso foi uma manobra para fazer com que ele e Renivaldo deixasse o partido durante a janela partidária. “Na realidade, queriam que nós aproveitássemos a janela partidária para sair do partido. Por isso, em nenhum momento quiseram nos ajudar de fato. Mas mesmo assim, ficamos fiéis e lutamos sozinho para garantir a reestruturação do PSDB em Cuiabá”, frisou.

O vereador ainda expôs as dívidas deixadas pelos seus antecessores. “Encontrei o partido totalmente endividado. Somente da eleição de 2016, quando o deputado estadual Wilson Santos foi candidato a prefeito de Cuiabá, há uma dívida de aproximadamente R$ 4 milhões. Além disso, há inúmeras dívidas trabalhistas de praticamente todos os presidentes que por aqui passaram”, acrescentou.

Diante disso, ele afirma que não deixará se abater e continuará firme à frente da legenda na Capital. “Vamos encarar mais esse desafio de cabeça erguida”, garante.

Com relação a eleição majoritária, Saad admite que faz parte da base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o apoiaria em eventual projeto de reeleição, mas garante que caminhará com o partido caso seja definido candidatura própria.
 
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