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29/04/2020 às 11:40 | Atualizada: 29/04/2020 às 11:44

Estado não recomenda testes de farmácia para Covid-19: 'é uma loteria'

Camilla Zeni

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nessa terça-feira (28), um pedido para que as farmácias passem a fornecer testes rápidos para detecção do novo coronavírus à população. Contudo, apesar da garantia da agência, a Secretaria de Estado de Saúde não recomenda a medida.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, já existe mais de 10 modelos de testes rápidos liberados pela Anvisa e cada um deles atua de forma diferente. Contudo, os dados científicos apontam que o coronavírus só é detectável cerca de sete dias depois de aparecidos os sintomas.

"Se a pessoa for na farmácia nesse momento e não estiver sentindo nada, muito provavelmente ela vai gastar dinheiro a toa. O teste rápido não é considerado para fazer diagnóstico, mas o acompanhamento de pacientes. O teste ideal para ser diagnosticado é o PCH", explicou Figueiredo.

Segundo a Anvisa, os testes rápidos usam uma pequena amostra de sangue, e é por meio dela que se detecta anticorpos para o Sars-cov-2 (nome científico do novo coronavírus). Esse teste costuma demorar de 10 a 30 minutos para ficar pronto.

Ao comentar o assunto, Figueiredo se mostrou preocupado com "oportunistas" que poderiam tirar vantagem de quem estaria realmente preocupado com a saúde. Contudo, lembrou que a recomendação da Secretaria de Saúde é para que, quem não apresenta sintomas da doença e não tem necessidade de sair, fique em casa, considerando que o isolamento é a melhor prevenção ao vírus.

O secretário também avaliou que conseguir detectar a doença em pessoas assintomáticas, por meio do teste rápido, seria como "jogar na loteria". Isso considerando o que ele já explicou sobre a limitação dos exames em relação ao período de incubação.

"Vai ser uma loteria acertar o período que efetivamente o teste vai conseguir identificar o vírus. A Secretaria de Estado de Saúde não recomenda esse tipo de procedimento então, até porque todos aqueles que buscarem os serviços de saúde com sintomas serão notificados e o Lacen vai fazer o teste gratuitamente", avaliou.

Limitações
De acordo com Figueiredo, os testes rápidos oferecidos no mercado podem apresentar resultados falsos positivos ou negativos e, por isso, ele não é adotado para diagnóstico pelo Estado.

O Ministério da Saúde e a Anvisa já tinha apontado esse tipo de limitação em relação aos testes. Para as autoridades, essa modalidade deve ser um complemento ao diagnóstico inicial. Já o teste PCR, que é feito com análise do material genético do vírus, é 100% confiável e, por isso, leva mais tempo para se ter o resultado.
 
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