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06/05/2020 às 15:41

Brasil precisa aumentar 20% da produção para ocupar mercado pós pandemia, diz FPA

Leiagora

Dados da Balança Comercial Brasileira, apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior (Ministério da Economia), relativos ao primeiro quadrimestre de 2020 mostram que, mesmo em meio a pandemia de Coronavírus e as dificuldades econômicas vividas no mundo, o país apresenta uma corrente comercial praticamente inalterada, em comparação ao mesmo período do ano passado, com US$ 123,4 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, contra US$ 126,2 bilhões em 2019.

Ao se analisar exclusivamente o mês de abril, nota-se crescimento de US$ 1,1 bilhão no saldo comercial em 2020, em relação ao mesmo mês em 2019, com resultado de US$ 6,7 bilhões. Resultado do total de exportações de US$ 18,3 bilhões em razão de um número de importações na ordem de US$ 11,6 bilhões.

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) compara o agro brasileiro com o um motor, afirmando que “o setor pode ser impulsionado rapidamente se investirmos em pesquisa, tecnologia e inovação”. O parlamentar acrescenta que “com investimentos e juros justos aos que precisam, teremos condições de aumentar 20% do que temos hoje, em menos de 5 anos”.

Os números apresentados pelo Ministério da Economia têm colaboração direta do setor agropecuário. Ao se analisar a classificação internacional por atividade econômica entre janeiro e abril de 2020 e 2019 é possível perceber um crescimento de mais de US$ 2 milhões da exportação de produtos agropecuários este ano, com destaque para soja e o algodão, com aumento de 29,9% e 69,5%, respectivamente. Efeito do crescimento do comércio com a China, em que as exportações cresceram 11,3%.

O deputado federal, Pedro Lupion (DEM-PR), membro da FPA, cita o aumento de 17,5% do setor agropecuário nas exportações brasileiras no primeiro quadrimestre de 2020, entendendo que este resultado passa por escolhas acertadas de representantes para o setor junto ao mercado exterior. “O Presidente Jair Bolsonaro acertou ao escolher nossa ministra Tereza Cristina para comandar o Ministério da Agricultura e dar o apoio que os produtores rurais precisam para garantir a safra”, declara o parlamentar.

Comércio internacional

Ao se comparar quanto o Brasil exportou para grandes economias mundiais no primeiro quadrimestre de 2020 e 2019, em referência ao que foi exportado para o mercado chinês, se observa que para cada US$ 1 exportado para a União Europeia, o Brasil exportou US$ 2 para a China. Para cada US$ 1 que o Brasil exporta para os EUA, são exportados US$ 3 para os chineses, mesmo dado ao verificar a proporção de exportações feitas para América do Sul.

Outro dado referente ao país asiático, da nota de que as exportações brasileiras em 2020 com os chineses chegam a US$ 21,8 milhões. Valor maior do que o atingido com a soma de exportações realizadas este ano para a União Europeia (US$ 10,7 mi), os EUA (US$ 7 mi) e a Argentina (US$ 2,6 mi), que totaliza US$ 20,4 milhões.

Deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva (SDD-MG) acredita que “o agronegócio brasileiro tem sido a âncora de garantia de superávit da balança comercial brasileira nas últimas décadas”. Para ele a comprovação disto está, também, na conquista de novos mercados, “cito especialmente à Ásia, destacando a China e também a nossa competitividade pela qualidade dos nossos produtos e produtividade”.

Recordes mensais históricos foram batidos neste mês de abril, na análise de volume exportado. A soja ultrapassou 16 milhões de toneladas, o algodão bruto ultrapassou 90 mil toneladas, enquanto a carne bovina atingiu 116 mil toneladas, seguida da carne suína com 63 mil toneladas.

A mesma análise pode ser feita ao se observar o valor exportado, que para soja chegou a US$ 5,5 bilhões, para carne bovina ultrapassou os US$ 500 milhões, a carne suína atingiu os US$ 154 milhões e o algodão superou os US$ 140 milhões.

Por fim, cabe observar que o Brasil cresceu sua exportação em volume no quadrimestre deste ano, na margem de 1,1% em relação ao mesmo período em 2019. E que no mês de abril a elevação foi ainda maior, na casa de 2,9% ao analisar a quantidade exportada pelo país em abril do ano passado. Os dados se tornam ainda mais relevantes ao se ressaltar que a OMC (Organização Mundial do Comércio) projeta queda mundial do volume comercializado no mundo entre -13% e -32% no ano.

Alceu Moreira cita que nos quatro meses iniciais deste ano, 48 países ampliaram o portifólio de produtos a serem importados do Brasil e 21 novos países, que nunca tinham feito comércio com nosso país no setor agrícola, abriram suas portas para importar produtos brasileiros.

“Significa dizer que o agro nacional tem um grande futuro e que se nós tivermos capacidade e apoio, com redução de custos, como juros e logística de transporte, tirando do nosso meio o sócio oculto, teremos um agro ainda mais competitivo”. O presidente da FPA encerra dizendo que “assim podemos obter a capacidade de produzir volumes que atendam 2 bilhões de pessoas rapidamente, ao invés de 1,4 bilhões que atendemos hoje”.
Assessoria FPA
 
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