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07/05/2020 às 07:02 | Atualizada: 07/05/2020 às 13:01

Bovinocultura de corte sofre com o aumento de 20% no custo de produção

Edyeverson Hilario

Os pecuaristas mato-grossenses estão gastando ainda mais para conseguir “terminar” o seu rebanho no estado. Isso, porque o custo de produção da carne bovina mato-grossense está, no mínimo, 20% mais cara por conta da alta do dólar. Desde o começo do ano a moeda americana vem demonstrando valorização e só no último mês teve um aumento de 4,6%.

O acréscimo do valor é causado, principalmente pelo coronavírus e tem causado dois reflexos distintos no agronegócio brasileiro. Em um, melhora a lucratividade dos criadores que destinam sua produção para o exterior. Por outro, representa redução na margem de lucro e até a inviabilização do trabalho no campo.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro, ressalta que a alta do dólar afeta diretamente os trabalhos dos pecuaristas. “Todos os nossos insumos, remédios, adubos, sementes e ração estão vinculados ao dólar. Para exportação é ótimo, mas para quem atua no mercado interno, produz e não tem muito a ver com isso, sofre bastante”, explica.

Oswaldo observa que a desvalorização do real acontece no período que a maioria dos criadores passam a demandar mais insumos. Agora, os volumes das chuvas devem diminuir e reduzir a quantidade do pasto. Por isso, os pecuaristas são forçados a suplementar a alimentação do rebanho com rações feitas a base milho, conhecida como DDG.

Segundo ele, esse impacto é sentido principalmente pelos pequenos fazendeiros. “Não tem muito poder de compra e negociação. Quem vai comprar adubo, ração e precisa dar um ‘tratinho’ no seu animal, está sofrendo bastante”, relata ao explicar que na maioria das vezes a suplementação é usada para ‘finalizar’ o peso do animal, para então vender para os frigoríficos.

De acordo com o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, a alta do dólar é um fator que preocupa o executivo estadual, por isso, “se esse tema aparecer e apresentar como um problema, certamente vamos sentar à mesa”, adiantou.

Contudo, ele alega que até o momento a preocupação da secretaria é de continuar tendo demandas globais para que os produtos de Mato Grosso sejam consumidos. “A gente produz alimentos e o mundo está comprando menos. Tendo demanda, não tenho dúvida de que Mato Grosso sobretudo irá muito bem. Oxalá que a gente consiga manter os níveis de consumo na China nos grandes mercados que são os nossos compradores”. 
 
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