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11/05/2020 às 14:08 | Atualizada: 11/05/2020 às 14:41

Emanuel não descarta “lockdown” em Cuiabá, mas considera medida extrema

Camilla Zeni

Se a disseminação do novo coronavírus não for controlada nas próximas semanas, a população de Cuiabá poderá viver em isolamento total - medida conhecida como “lockdown”.

O termo em inglês ganhou os noticiários nos últimos meses em razão da pandemia do vírus, que, altamente contagioso, já fez mais de quatro milhões de vítimas em todo o planeta. Na tradução, a palavra significa que será feito o bloqueio total de uma área. E ele tem sido cogitado e implantado em determinados estados brasileiros. 

Em Cuiabá, segundo o prefeito Emanuel Pinheiro, a medida não é descartada, mas também não tem a necessidade de ser colocada em prática neste momento. A informação foi revelada pelo prefeito em entrevista ao programa Ponto de Vista, com o jornalista Onofre Júnior, na noite desse domingo (10).

“O lockdown é uma medida extrema. Estamos vendo alguns países e estados já ensaiando, mas ela só vai se fazer necessária se tivermos o caos total ou ameaça do caos total. Mas para proteger a saúde e a vida da população cuiabana eu lanço mão de qualquer medida”, destacou o prefeito.

Emanuel explicou que, segundo levantamento da plataforma Dataglass, Cuiabá é a segunda capital no ranking de menor média diária de novos casos de coronavírus. O prefeito também observou que, conforme boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o vírus tem se interiorizado, com surgimento de novos casos de infecção em outras regiões do Estado.

A exemplo, conforme o boletim divulgado pela SES no dia 4 de maio, segunda-feira passada, quando Mato Grosso tinha 344 casos confirmados de covid-19 (doença causada pelo novo vírus), em Cuiabá se concentravam 145 pacientes. Já no boletim divulgado no domingo (10), quando o Estado já registrada 519 casos, Cuiabá tinha 185 pessoas infectadas. 

Os números apontam que, portanto, dos 175 novos casos que surgiram ao longo da semana, 40 deles estão em Cuiabá, o que simboliza 22% desse crescimento estadual. 

“Graças a Deus, com apoio da população, agimos antecipadamente e estamos hoje colhendo frutos, não tendo em Cuiabá um cenário de colapso do sistema de saúde, um cenário caótico, de centenas de conterrâneos nossos indo a óbito”, comentou o prefeito. 

Ele lembrou que desde março foi decretado isolamento social e que a população ficou quase 40 dias com medidas restritivas, para que o período inicial da pandemia passasse e evitassem, assim, o descontrole da doença.

“Tudo isso tem que ser analisado, pesado, discutido, para que novas medidas sejam anunciadas daqui para frente”, finalizou o prefeito.

Isolamento, mas nem tanto
Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11) porém, o secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, criticou parcela da população. Segundo ele, hoje há muito discurso para pouca ação. “As pessoas continuam na rua e continuam sem máscara”, analisou.

Conforme dados do portal In Loco, Mato Grosso é o terceiro estado com pior índice de isolamento social no Brasil, com média de 41,9% da população em quarentena. Ficam atrás apenas Roraima (41,8) e Goiás (40,1%). 

Cabe destacar que, conforme informado acima, na última semana Mato Grosso registrou 175 novos casos da doença, um aumento de 33% no número de infectados. Já o número de mortos saltou 46%, indo de 13 para 19 casos fatais.
 
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