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15/05/2020 às 12:11

Mauro avalia que fechamento total em MT pode ser decretado 'no tempo certo'

Camilla Zeni

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), não descarta a implantação do bloqueio total das atividades no estado em razão da pandemia do novo coronavírus. No entanto, por enquanto o Estado trabalha para evitar a medida, a qual considera “severa”.

Nessa semana, Mato Grosso viu saltar de 519 para 734 o número de casos confirmados de coronavírus, e de 18 para 26 mortes. Os dados consideram as notificações de domingo (10) a essa quinta-feira (14). 

Contudo, segundo o governador, os diagnósticos foram confirmados em 48 dos 141 municípios, ou seja, 65% das cidades de Mato Grosso ainda não tem registros da doença. Por isso, Mauro avalia que o bloqueio total pode não ser necessário para todos os municípios.

“Hoje temos 93 municípios que não têm nenhuma contaminação sequer [por coronavírus] e não podemos dar a esses municípios o tratamento que pode ser dado em Cuiabá, Várzea Grande e outras cidades com grande número de casos”, avaliou o governador, durante a inauguração do Hospital Metropolitano em Várzea Grande, na noite de quinta-feira.

“Fazer lockdown [bloqueio], fazer medidas mais severas é possível, mas no momento certo, porque ninguém vai aguentar. Nunca descartamos, mas nós acreditamos que poderá ser analisada no tempo certo e implantada no momento certo”, completou.

Mauro disse reconhecer a preocupação em torno da pandemia, que já afetou mais de 200 mil pessoas, deixando também mais de 14 mil mortos no Brasil. No mundo, os números são muito mais expressivos, atingindo a triste marca de 302 mil mortes e 4 milhões de infectados.

Entretanto, ponderou que antes de pensar na implantação das medidas o governo deve atuar para impedir que o sistema de saúde estadual entre em colapso no momento mais crítico da pandemia, que ainda está por vir. Ele destacou que a própria entrega dos novos leitos no Hospital Metropolitano compõe os planejamentos de atuação do governo. 

Nessa quinta-feira (14), Mauro entregou 30 novos leitos de UTI, 210 enfermarias e a reforma das instalações já existentes. Juntas elas somam 278 leitos à disposição da secretaria de Saúde.

O governador também voltou a falar sobre a preocupação com os setores da economia e pequenos empresários e trabalhadores, que não têm condições de permanecer sem atividade por muito tempo. 

“São poucas as pessoas que podem ficar seis meses paradas dentro de casa e vão ter o que comer. As pessoas precisam trabalhar. Então precisamos conciliar as duas coisas. Não podemos radicalizar nem de um lado e nem do outro. Temos que ter bom senso e equilíbrio, tomar atitudes concretas como fizemos aqui. Criar condições para as pessoas se protegerem”, finalizou.
 
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