17/05/2020 às 09:15 | Atualizada: 17/05/2020 às 09:35
Soja: vendas da safra futura registra recorde em MT
Edyeverson Hilario
Com 37,2% da safra 20/21 da soja vendida, Mato Grosso registrou um novo recorde no setor do agronegócio. Dessa vez, foi no volume de negociação da safra futura. O feito ocorreu na última semana quando os produtores conseguiram avançar em 7% nas tratativas da oleaginosa, movimento impulsionado pelos bons patamares dos preços da commodity.
Nesse mesmo momento do ano passado a comercialização da soja seguia em ritmo lento. Àquela altura os sojicultores do estado haviam vendido apenas 12,3% da safra que começaria a ser plantada na terceira semana de setembro.
Apesar do volume jamais visto para este período do ano, a negociação de safras futuras é comum. Contudo, não nos mesmos patamares visto neste ano. De acordo com o gestor do departamento de Inteligência de Mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, o aumento tem sido observado pelo Instituto e os produtores tem feito bons negócios. “Movimento estratégico”, afirma.
“Principalmente na relação de troca favorável. O produtor está conseguindo comprar mais insumos com menos sacas de soja, ou o mesmo volume de insumos com menos quantidade de soja, por conta da valorização do produto”, observa.
Gauer ressaltou que “o produtor está adotando estratégias para mitigar os riscos, postergar e garantir melhores preços. Estão aproveitando o momento”.
Embora ocorra a valorização da oleaginosa, isso não significa melhora na lucratividade. “Cada caso é um caso”, observa o gestor. Cleiton explica que “os produtores pequenos têm um padrão de custos totalmente diferente de outros produtores maiores. Por isso, é difícil falar em média”.
Porém, relata que é percebido que “os produtores têm se aproveitado desse momento para garantir a comercialização da produção”. Ele ainda relata que “normalmente eles se utilizam de ferramentas para reduzir custos e tentar melhorar o retorno nos negócios”.
Safra 19/20
Já em relação à safra 19/20, o estado vendeu 88,9% da sua produção, ficando atrás apenas da safra 11/12, quando a comercialização da soja mato-grossense já havia passado dos 94%.
Durante o mês, as tratativas avançaram 7% em comparação a março. Movimento que “pode ser justificado pela valorização do dólar ante o real”, informa o boletim semanal do Imea.
O informativo ainda relata que a alta do dólar é o que tem sustentado as negociações, graças aos preços atrativos no mercado externo. “De modo que o preço médio negociado ficou em R$ 87,6 por saca, alta de 6,8%”, finaliza.
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