22/05/2020 às 10:36 | Atualizada: 22/05/2020 às 10:44
Secretário de MT descarta testagem em massa: 'queimar dinheiro público'
Camilla Zeni
Mesmo sendo um dos estados com a menor taxa de testes para covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) no país, o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, descartou a aplicação de testes em massa na população.
Para o secretário, o país enfrenta uma "pandemia" de testes, um momento de 'grande oportunidade mercadológica' que encontrou gestores dispostos a fazer as aquisições.
Figueiredo também destacou que os testes usados para diagnósticos em massa têm pouca eficácia e, em caso de resultado positivo, sempre precisam passar por contraprova com o tipo convencional de testagem.
As declarações do secretário foram feitas durante coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (22).
Segundo levantamento do G1, Mato Grosso é um dos estados que menos realizou testes, se comparado pelo número de habitantes. Ele perde apenas para Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. "Não estamos deixando de testar nenhum paciente que seja notificado e procure uma unidade hospitalar. Não estamos contingenciando a realização de testes", respondeu o secretário sobre esse levantamento.
Conforme o último boletim da Saúde sobre o novo coronavírus, o Laboratório Central do Estado (Lacen) tinha feito, até a tarde de quinta-feira (21), apenas 4.622 testes. Desses, 3.853 deram negativos e 116 foram considerados "amostras inadequadas". O documento aponta ainda que, desse número total, restam 126 amostras para serem testadas no laboratório.
Figueiredo avaliou que Mato Grosso não vai seguir o exemplo de outros estados e "rasgar dinheiro" com as testagem. Ele afirmou que o Estado vai testar o que for possível, dentro da necessidade.
"Além disso, a grande maioria são casos assintomáticos ou de sintomas leves cujo procedimento já está estabelecido: quarentena de 14 dias em casa mais três dias depois, se não tiver sintomas, está curado. Não precisamos montar drive-thru cidade afora para queimar dinheiro público porque sabemos que tem pouca resolutividade isso", justificou.
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