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25/05/2020 às 12:05 | Atualizada: 25/05/2020 às 12:08

Vereadores da CPI da Semob são barrados e apontam quebra contratual em pátio

Kamila Arruda

Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara de Cuiab, para apurar diversos serviços de responsabilidade da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) do município, enfrentaram resistência ao promover a fiscalização in loco da empresa Rodando Legal, responsável pelo recolhimento dos carros apreendidos.

Após muita insistência, os vereadores Diego Guimarães (Cidadania), Lilo Pinheiro (PDT) e Wilson Kero Kero (Podemos), conseguiram adentrar as dependências da empresa para verificar a situação do pátio onde ficam os carros apreendidos por agentes de trânsito.

“O objeto firmado entre a empresa rodando e a Semob é objeto da CPI, por isso viemos fazer essa vistoria. Inicialmente, tivemos uma resistência por parte da empresa, fecharam porta para impedir a nossa entrada, mas após a intervenção do supervisor do contrato, um agente da Semob, liberaram nossa entrada, e encontramos uma situação assustadora”, revelou Diego, presidente da Comissão.

De acordo com o parlamentar, muitos veículos são abandonados no pátio devido ao alto valor das taxas de retirada. Conforme levantamento, o valor da remoção (guincho) é de R$ 110 para motocicletas, R$ 140 para automóveis e utilitários e R$ R$ 400 para caminhões e ônibus.

“Outra coisa que nos impressionou muito foi a quantidade de motocicletas que já estão preparadas para ir a leilão. Nós fizemos um levantamento prévio do valor da diária para 60 dias apenas, considerando que com 60 dias o veiculo já vai para leilão, só de parte das motos tem um valor de R$ 736 mil reais. Isso nós vamos aprofundar, para ver se não está tendo um lucro abusivo por parte da empresa”, completou.

A situação em que se encontra o pátio onde ficam os veículos apreendidos também surpreendeu aos vereadores. “Uma triste realidade. No mínimo, a empresa deveriam garantir a integridade dos veículos apreendidos, mas eles ficam expostos a sol e chuva. Tem veículos, inclusive, abertos, todos exposto. Para completar, o pátio está totalmente insalubre, sujo, com mato, barro, enfim. O munícipe cuiabano está sendo penalizado duramente com essa situação degradante”, acrescentou Kero Kero.

O vereador Lilo Pinheiro, relator do processo, garante que toda essa situação será levada em consideração no momento da produção do relatório final. 

“A gente encontrou o oposto do que deveria ser. Há uma cláusula contratual que diz que tem que estar limpo e sem mato. Então, é algo interessante que nós vamos levar em consideração na hora de fazer o nosso relatório, é se o valor da diária está condizente com o investimento feito pela empresa no local, para poder deixar os veículos guardados, para não serem deteriorados”, finalizou.

Além do contrato de serviço de recolhimento, custódia, gestão informatizada de veículos removidos por infrações administrativas ao código de trânsito brasileiro, a CPI ainda possui como objeto os chamados semáforos inteligentes; a Junta Administrativa de Recursos de Infração (JARI) e a aplicação de recursos oriundos de multas. 
 
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