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29/05/2020 às 17:10 | Atualizada: 29/05/2020 às 17:12

Gilberto faz apelo a prefeitos e avalia: retirada de leitos deixa Estado vulnerável

Camilla Zeni

O governo de Mato Grosso vai ter que replanejar a disposição de leitos hospitalares para atender a pandemia do novo coronavírus e ainda empregar um “esforço sobre-humano” para cobrir locais que ficaram prejudicados. É a avaliação do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.

Nessa semana, o governo anunciou que a Prefeitura de Cuiabá teria voltado atrás na decisão de habilitar 40 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de covid-19 (causada pelo novo vírus). Conforme o secretário de Saúde do estado, a decisão do prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB), deixa Mato Grosso vulnerável e prejudica a população.

Em coletiva de imprensa virtual nesta sexta-feira (29), Gilberto destacou que, a exemplo, a mesma quantidade de leitos que deixaram de estar disponíveis em Cuiabá foi a que o governo do Estado instalou no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. “Ou seja, anulou todo o trabalho que fizemos lá”.

De acordo com o governo, até essa semana haviam 302 leitos de UTIs disponíveis no Estado, ao passo que a diminuição de leitos “dificulta a ação e nos deixa mais vulnerável caso haja colapso do sistema de Saúde”.

“A retirada de leitos nesse momento, no nosso contexto, agrava a situação. Vamos fazer um grande esforço agora para compensar essa perda de 40 leitos retirados pelo município de Cuiabá”, completou.

Gilberto também fez um apelo para os prefeitos que se dispuseram a abrir leitos hospitalares para atender os pacientes da covid-19. Ele pediu que os gestores se esforcem ao máximo para conseguir honrar com o compromisso e não desistam da habilitação das unidades, considerando que os leitos farão falta tanto para pacientes do próprio município quanto para todo o Estado.

Outro lado

Por meio de nota encaminhada à imprensa na noite de quinta-feira (28), a Prefeitura de Cuiabá explicou que retirou os leitos que estavam habilitados no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) porque, com as medidas de isolamento social, houve diminuição na demanda de urgência e emergência, possibilitando, portanto, que a unidade estivesse à disposição para casos de covid-19.

​”No entanto, com a liberação de várias atividades comerciais, industriais e de serviços no interior do Estado e posteriormente algumas na capital, a demanda dos atendimentos de Urgência e Emergência de outras patologias não Covid-19 aumentou imensamente, principalmente demandas por leitos de UTIs adulto do HMC.

Assim, como o Hospital Municipal de Cuiabá é a única referência porta aberta 24 horas para todo o Estado de Mato Grosso em várias especialidades de média e alta complexidade, resolvemos excluir os leitos de UTIs do HMC da covid-19 devido a sua lotação e com risco de contaminar os pacientes com o vírus e causar o caos na Rede Assistencial Hospitalar do Município”, diz trecho da nota.

 
 
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