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31/05/2020 às 08:02 | Atualizada: 31/05/2020 às 08:05

‘Qual é o custo de usar máscara?’: Comportamento da população determina curva da covid-19

Camilla Zeni

A população precisa se responsabilizar diante do aumento de casos de infecção do novo coronavírus e seu relaxamento frente a doença. É o que acredita o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo. 

No estado foram 621 novos casos de infecção pelo vírus confirmados do dia 24 ao dia 28 de maio, um aumento de 42% nos diagnósticos em quatro dias. Na avaliação do gestor estadual, fatores diversos contribuíram com os dados, indo desde a liberação de atividades econômicas à mudança climática. No entanto, o comportamento da população também influencia.

Desde o mês de abril a região metropolitana de Cuiabá voltou a ter uma vida quase normal. Bares, restaurantes e até academias voltaram a funcionar de forma presencial nos municípios de Várzea Grande e Chapada dos Guimarães, levando à redução do isolamento social.

De acordo com o secretário de Saúde, o movimento inicial de quarentena, que durou cerca de duas semanas, contribuiu para que os casos de covid-19 (doença causada pelo vírus) tivessem um aumento mais devagar em Mato Grosso e isso passou à população a impressão de que tudo estava controlado. O que não é verdade, segundo afirmou.

Mas não é possível manter todos os setores econômicos de portas fechadas, alega o governo. Então, o que fazer? O secretário garante que a resposta é simples: seguir as medidas de proteção determinadas pelas autoridades de Saúde. 

Gilberto reforçou que é possível manter a rotina nas ruas, para aqueles que não podem ficar em casa. No entanto, é necessário seguir o protocolo, com o uso das máscaras faciais de forma correta e a higienização constante. Em sua visão, esse cuidado externo vem diminuido nas últimas semanas, frente a um relaxamento da população.

“É preocupante quando a população não faz a parte que poderia fazer. O custo da população usar a máscara, qual é? O custo de evitar aglomerações, qual é? Não dá para transferir para o poder público, governo do Estado, prefeituras, governo federal a responsabilidade daquilo que a população pode fazer. O nosso comportamento vai determinar o maior número de casos ou o menor. O nosso comportamento vai determinar quantas pessoas vão precisar de assistência hospitalar”, avaliou.

Nessa semana o secretário também avaliou que a tendência, a partir de agora, é que haja crescimento substancial no número de pessoas infectadas e, assim, como uma corrente, cada vez mais pessoas assintomáticas estarão com o vírus, correndo o risco de transmiti-lo pelas cidades. Ele estimou que, em até 15 dias, o número de casos deve dobrar. 

Conforme os dados do governo do Estado, não é apenas o número de pessoas infectadas que tem aumentado de forma substancial. As estatísticas também mostram elevação de casos de internação e da síndrome aguda respiratória grave (SRAG), doença respiratória que pode se complicar e levar à morte.

De acordo com o relatório do governo, no dia 24 de maio eram 120 pessoas internadas, sendo que 58 estavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e 2.007 pacientes diagnosticados com SRAG. Já no dia 28 os números cresceram para 134 e 2.424. Das pessoas internadas, agora 69 estão em UTIs.
 
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