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09/06/2020 às 09:33 | Atualizada: 09/06/2020 às 11:26

Secretário confirma colapso no sistema de saúde e falta de leitos ainda nas próximas semanas

Alline Marques

O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou que a falta de leito está próxima de ocorrer e o sistema entrará em colapso ainda em junho. Vale destacar que o número de casos vem crescendo na média de 200 por dia e já superou as projeções do governo do estado, chegando a 4.243 casos e 126 mortes. Destes, 227 estão hospitalizados, o que fez com que a taxa de ocupação dos leitos de UTI subissem para 47,4%. 

Gilberto informou ainda que nesta terça-feira (9) o boletim já deve vir com uma taxa de ocupação ainda bem maior devido ao aumento na demanda de internação. A preocupação é ainda maior com relação à falta de respiradores, equipamento essencial no tratamento do paciente com covid-19, devido à insuficiência respiratória causada pela doença. 

“Vai faltar leito sim, não adianta enganar a população. Fizemos e estamos fazendo tudo para reduzir essa deficiência, mas essa deficiência vai acontecer e não vai precisar chegar em julho, vai ser agora em junho mesmo. A situação é grave e por isso exige medidas mais rígidas”, afirmou em entrevista coletiva na manhã de hoje.  

Ele fez duras críticas à liberação de bares e restaurantes que voltam a abrir hoje em Cuiabá. “No momento que tinha um caso fecha tudo, agora que está crescendo abre tudo? Não dá!”, desabafou. 

O secretário voltou a cobrar os leitos municipais que estavam no planejamento enviado ao Ministério da Saúde. Disse ainda que pela regulação não há pacientes internado no Hospital São Benedito e mesmo assim, os leitos não estão disponíveis para atendimento de pacientes com covid-19. Ele lembrou ainda que a UPA do Verdão foi inaugurada há dois meses e não está aberta. A unidade seria referência para triagem dos pacientes. 

Gilberto pontuou ainda que há preocupação não apenas com a questão de leitos e respiradores, mas da falta de profissionais, que estão se infectando e afastando do serviço. As empresas terceirizadas também estão tendo dificuldade em encontrar médicos e enfermeiros para trabalhar, devido à grande procura. 

O secretário também aproveitou para pedir a conscientização da população e voltou a criticar as pessoas que estão fazendo “festinhas” e promovendo aglomeração. “Não vai ter UTI para essas pessoas, pode até encontrar leito de enfermaria, mas qual é a diferença? É que não tem respirador, ou seja, não vai ter o principal equipamento para auxiliar o momento que ele não consegue respirar. A população precisa entender isso, se você quer sair, entenda, que não terá respirador para você”. 
 
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