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15/06/2020 às 16:05 | Atualizada: 15/06/2020 às 16:39

Na última semana, covid-19 matou uma pessoa a cada duas horas em Mato Grosso

Camilla Zeni

Enquanto o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e o prefeito da capital Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), trocavam farpas via imprensa nas últimas duas semanas, o Estado experimentava o amargor do aumento das mortes ocasionadas pelo novo coronavírus. 

Nos últimos 14 dias, Mato Grosso registrou 150 casos fatais da covid-19 (doença causada pelo vírus), indo de 63 óbitos registrados no início do dia 1º de junho aos 213 anunciados no final do último domingo (14). 

A maior parte desses casos fatais, a exemplo dos novos diagnósticos da doença, foi registrada na semana entre 8 e 14 de junho: foram 100 dos 150 óbitos. Dessa forma, Mato Grosso atingiu a marca de uma morte por covid-19 a cada duas horas. 

Quando se fala nos casos diagnosticados, foram 1.865 novos pacientes no mesmo intervalo de sete dias. Os dados apontam, portanto, para mais de 266 diagnósticos novos, diariamente, uma média de 11 casos por hora. 

É pertinente destacar, no entanto, que o número real ainda pode ser maior, sobretudo porque o Brasil é um dos países que têm os menores índices de testagem do mundo. Além disso, segundo a estatística do Ministério da Saúde, a cada um caso diagnosticado da doença, é possível presumir que haja outros 10 não identificados. 

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
Gráfico mostra avanço das mortes por covid-19 em Mato Grosso 

Quando abrimos o recorte temporal para os primeiros sete dias do mês, o número de casos diagnosticados não fica muito abaixo do que foi registrado na última semana: de 1º a 7 de junho foram 1.548 testes positivos para covid-19 em Mato Grosso. Os casos fatais somaram 50 pacientes.

Conforme os dados divulgados pelo governo de Mato Grosso, a última sexta-feira (12) e o último sábado (13) foram os piores dias da doença. Juntos, anunciaram 36 das 100 mortes e 655 dos 1.865 casos da última semana.

Apesar dos números crescentes e que causam preocupação nos agentes de Saúde, os chefes de Estado não têm a intenção de adotar medidas mais extremas, como o bloqueio total das atividades, conhecido como lockdown.

Na última semana, Emanuel Pinheiro impôs o toque de recolher, que proíbe a circulação das pessoas entre 22h e 5h. A medida entrou em vigor no último sábado. A última ação do governador Mauro Mendes também não foi no sentido de isolamento social. 

Mauro implantou um sistema de classificação de risco para ajudar os municípios a se prevenirem do novo coronavírus e fez recomendações. Esse sistema tem quatro níveis, sendo que as cores verde e amarela representam os riscos baixo e moderado para a doença. Já a cor laranja indica risco alto e a vermelha risco muito alto. Para casa um desses graus, o governo expediu uma recomendação.

No entanto, cabe a cada prefeito decidir quais medidas adotar no município, já que de acordo com a Constituição Federal, cabe às administrações municipais as decisões sobre o que abre ou fecha na cidade. Sendo assim, o estado tem caráter apenas orientativo. 
 
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