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24/06/2020 às 09:23 | Atualizada: 24/06/2020 às 09:40

Ex-diretor de trânsito diz que semáforos inteligentes não funcionam

Leiagora

O engenheiro de transporte Rafael Detoni, que foi diretor de trânsito na Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), afirmou que s semáforos inteligentes contratados não funcionam como deveriam e ainda fez colocações sobre má qualidade do material instalado na cidade.

O ex-diretor informou que 
existe atualmente na cidade uma centralização inoperante e o controle de qualidade dos equipamentos implantados em que o sistema adaptativo em tempo real (Inteligência) não funciona.

As declarações foram dadas durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Semob, na qual ele apresentou um estudo sobre o trânsito na capital. 

Detoni iniciou explanando que a justificativa da Prefeitura de Cuiabá para a contratação de novos semáforos não seria suficiente, uma vez que a gestão alegou a ausência de renovação semafórica nos últimos 30 anos e houve uma atualização no sistema no ano de 2007 quando ele quando esteve como diretor de trânsito, na Secretária de Mobilidade Urbana.

“Em 2007 tinha um sistema atualizado. A alegação de que havia um parque semafórico deteriorado e defasado não condiz com a realidade e o próprio relatório do Tribunal de Contas apresenta isso”, afirma o engenheiro ao lembrar que Cuiabá também ficou com os semáforos usados nas obras da copa e deixados pelo governo.

Outra justificativa para a troca do sistema de semáforos, segundo a Semob, seria a constante quebra nos aparelhos, o que de acordo com o engenheiro não é uma realidade, já que em um relatório apresentado pela própria secretaria coloca que apenas 10 chamados para manutenção em um mês foram feitos para correção nos semáforos.

Rafael em sua apresentação na CPI, pontua que há um exagero na compra de 60 controladores de 10 fases e 30 controladores de 16 fases como foi feito pela prefeitura. De acordo com ele, Cuiabá não tem cruzamentos com níveis de complexidade que demandem tantas fases para um controlador. “Em um dos cruzamentos mais complexos da cidade é utilizado um controlador de oito fazes. Essas quantidade de controladores despertam um pouco de cuidado”.

Quanto ao equipamento instalado o primeiro ponto apresentado por ele seria o desenho do fabricante que é responsável pelo baixo aproveitamento do material fornecido, uma vez que as colunas de sustentação e braços projetados não permitem acoplar dois braços em um único elemento de sustentação.

Com isso o poder público fica refém deste fornecedor em situações futuras que demandem troca de poste, além do excesso de porta-focos veiculares sem demonstração da real necessidade. “Não tem justificativa para implantar três porta-focos. Mesmo avenidas mais largas, não justifica a implantação de três porta-focos. Não encontra amparo legal apesar da Semob justificar que seria usado para cada faixa, é visível que não é aplicado”.

Segundo o engenheiro, a qualidade do material implantado também é questionável. Ele apresentou fotos de vários pontos da cidade nos quais focos de pedestres e focos veiculares aparecem inativos. “Ai fica a pergunta. Cade a certificação de qualidade do produto? Há uma ausência de laudos do Inmetro sobre a qualidade dos LED’s”.

Todo o material apresentado pelo engenheiro será aproveitado no relatório da CPI.

 
Com informações da assessoria 
 
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