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27/06/2020 às 10:30

Falta de profissionais da saúde prejudica abertura de novos leitos em Cuiabá

Kamila Arruda

A contratação de mão de obra tem sido o maior entrave da Prefeitura se Cuiabá para abertura de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Capital. A intenção do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) é entregar 20 novos leitos na próxima semana destinados aos pacientes contaminados pelo coronavírus. 

“Vai depender da equipe técnica, da equipe de pessoal. Eu vou corre contra o tempo”, pontuou o emedebista. Os novos leitos serão instalados no antigo pronto-socorro de Cuiabá, hospital municipal que é referência para covid-19 na capital.

De acordo com a prefeitura, estas novas undiades serão equipadas com respiradores que chegaram no município no último dia 12, por meio da intermediação do deputado federal Emanuelzinho (PTB), filho do prefeito.

A previsão, conforme acordo fechado com o governo do Estado, era entregar um total de 30 novos leitos. No entanto, o prefeito alega que ainda faltam 10 respiradores para equipar as UTIS, que deveriam ser repassados pelo Executivo Estadual. Em nota, na sexta-feira (26), a Secretaria de Estado de Saúde informou que foram entregues ao município de Cuiabá cinco respiradores fixos e outros cinco móveis para transporte de urgência.

“Cuiabá já tem 95 leitos atendendo a população, e no início da semana que vem, abro mais 20 leitos de UTI, subindo para 115 UTI's funcionando", garantiu Emanuel. Ele informou que estes leitos foram feitos com os recursos enviados pelo governo Federal para o combate à covid-19.

O prefeito ainda explicou que a aplicação dos repasses federais tem sido acompanhada diariamente, e de maneira online, pelo Ministério Público, Tribunal de Contas, e consta no Portal Transparência. "Esta é uma resposta à fakenews, a mentira e a maldade que os meus opositores tentaram jogar contra mim”, alfinetou.

Pinheiro ainda anunciou a chegada de mais 20 respiradores, que devem possibilitar a abertura de, ao menos, mais 10 leitos de UTI. Isto porque, dez respiradores serão móveis e atenderão ambulâncias, e dez serão fixos. No entanto, em caso de necessidade, os respiradores poderão se tornar fixo, possibilitando a abertura de mais 10 leitos se for necessário.

Situação do interior

Para o prefeito, não adiatará todo o esforço sendo feito na capital, se não houver implantação de novos leitos de UTI no interior para desafogar a saúde pública de Cuiabá. Esta semana, Emanuel argumentou que cerca de 60% dos pacientes na capital são do interior, o que acaba por estrangular a rede de saúde do município.

“Com a entrega desses novos leitos Cuiabá vai entregar mais do que foi planejado para combater à covid-19 e salvar vidas, atendendo a população. Isso, somados aos 30 leitos que o Estado informou que vai abrir no Metropolitano”, disse, completando que teria o necessário. 

Ocorre que a média diária de internação tem sido de mais de 50 pacientes nos últimos dias. O sistema entrou oficialmente em colapso nessa sexta-feira (26), quando a rede particular de Cuiabá também disse estar com 100% dos leitos para covid-19 lotados. Somente em Várzea Grande, até o fim da noite de sexta eram 33 pacientes aguardando um leito de UTI. 

O emedebista afirma que a Capital vem sendo muito criticada por conta da taxa de ocupação dos leitos destinada a pacientes portadores do novo coronavírus, mas, segundo ele, está sendo a “salvação” de Mato Grosso nessa pandemia.

“Tem que se fazer, urgentemente, leitos de UTI no interior do Estado, porque se não, sempre vão culpar Cuiabá, enquanto Cuiabá está sendo a tábua de salvação da saúde do Estado”, provoca o chefe do Executivo Municipal fazendo referência à decisão que determinou a quarentena coletiva obrigatória na Capital, a qual ele vem tentando derrubar durante a semana. 
 
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