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12/07/2020 às 12:00

Setor imobiliário enfrenta a crise com 'jogo de cintura' e uso de redes sociais

Luzia Araújo

Logo que a pandemia do novo coronavírus chegou em Mato Grosso, o setor imobiliário foi uma das atividades econômicas que “sentiu na pele” o reflexo da covid-19, na rotina do trabalho. Com a suspensão dos serviços e a orientação para manter o distanciamento social, os profissionais do setor viram os números de vendas, avaliações e visitas a imóveis reduzirem. 

O corretor autônomo Miguel Kalix, que trabalha com vendas e avaliações, relatou que costumava sair de casa para mostrar alguns imóveis para futuros compradores, mas as visitas caíram com a chegada do coronavírus, devido alguns prédios não aceitarem visitas de corretores neste momento de pandemia.

"O movimento da venda caiu bastante. Até que a procura, não. As pessoas  ainda ligam, procurando informações, mas as visitas estão bem menores”.

Miguel disse que fazia de 2 a 3 visitas por semana antes da pandemia. Agora, realiza uma a cada 15 dias. “Observamos que os clientes estão procurando imóveis, mas não estão indo para fechamento. Eles ainda não tomaram a decisão de compra”, explicou o corretor que está há 25 anos no mercado.

Enquanto aguarda o mercado reagir, o profissional fez algumas adaptações no trabalho para continuar em busca de futuros compradores e novas avaliações. “Estamos fazendo contato por telefone e usando mais as redes sociais, para poder estar mais junto do nosso network”, afirmou Kalix. 

Além disso, o corretor destacou que 80% do trabalho do pós-venda ficou online, para acesso há alguns serviços, como da prefeitura e de cartório. Para o profissional, isso tem deixado o processo moroso, neste momento. Porém, ele acredita que com algumas adaptações a novidade será uma coisa boa para o setor. 

“Vamos ter essas facilidades que acabamos adquirindo com a pandemia, o que favorece setor e que poderá dar mais velocidade ao trabalho, mas não acredito que será uma coisa breve. Ainda vamos passar por um tempo de adaptação”, disse Miguel.

Segundo o presidente do Sindicato da Habitação em Mato Grosso (Secovi-MT), Marco Pessoz, o setor enfrentou uma crise maior em casos de negociação nos imóveis comerciais, que foram os mais atingidos com a chegada da pandemia. 

“Em nível de vendas tivemos uma série de dificuldades. No primeiro momento da pandemia existiam os prédios que não permitiam subir para conhecer o imóvel, bem como em condomínios. Outros serviços tiveram suas atividades paralisadas ou readequadas. Então, todo mundo foi pego desprevenido, mas com o decorrer dos dias, começamos a aprender a lidar com a situação e os órgãos foram voltando às suas atividades e o mercado voltou, de forma gradativa, à negociação de vendas”. 

Pessoz destacou que os corretores estão desempenhando um papel importante no  enfrentamento da crise. “Estamos tendo muito jogo de cintura e muita habilidade na negociação, neste momento. Acho que é importante ressaltar o papel dos profissionais, que fizeram com que muitas situações que poderiam ficar ruim, seja para o proprietário ou para o inquilino, ficassem boas para os dois lados”. 

A tecnologia também foi lembrada por Marco como uma boa aliada para se continuar trabalhando mesmo durante a quarentena. Para ele, as empresas que estavam mais adiantadas na implantação tecnológica conseguiram absorver com mais facilidade o impacto de ter que trabalhar por home office.  

Para impulsionar as vendas, o presidente aconselhou que os profissionais continuem utilizando as redes sociais para divulgação dos imóveis. Já na parte de locação, Pessoz disse que “estamos em um momento de retomada gradativa e devemos continuar atentos as situações, para que possamos dar sustentação aos proprietários e inquilinos, para sairmos desta pandemia juntos e com responsabilidade”. 
 
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