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12/07/2020 às 15:00 | Atualizada: 12/07/2020 às 16:20

Missão Covid: médicos de MT se unem em rede de atendimentos gratuitos

Maria Clara Cabral

Como alternativa para driblar impasses governamentais diante do colapso do sistema de saúde em Mato Grosso, um grupo de médicos se uniu para atender gratuitamente a população com sintomas do novo coronavírus, criando uma rede que abrange diversos municípios.

Por enquanto, os atendimentos estão sendo realizados via WhatsApp e o os profissionais mato-grossenses organizam uma plataforma que fará a interface entre médico e paciente. Em apenas uma semana, 250 médicos somaram à iniciativa, que já estima cerca de 3 mil atendimentos no estado.

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“Como o WhatsApp é uma ferramenta muito ágil, que permite ampla difusão, houve uma adesão muito rápida também”, explica o doutor José Carlos Amaral. O médico conta ainda que o aplicativo de mensagens também vem possibilitando a discussão de casos, em um grupo que reúne médicos das mais diversas especialidades.

A plataforma em questão, ‘Missão Covid’ foi criada em Porto Feliz, interior de São Paulo, e já abrange vários estados brasileiros, ganhando dimensão nacional. A ideia é que a pessoa com sintomas (como tosse, febre, falta de ar, dor de garganta) se cadastre e receba rapidamente o contato do médico para uma consulta em vídeo, gratuitamente.

Espalhada por quase todo o estado, a iniciativa ainda está tomando corpo e organização. “Estamos fazendo muitos atendimentos virtuais, alguns médicos fazendo presencial, bairros, igrejas ou no próprio consultório. Ainda são poucos os locais de atuação, mas estamos organizando uma ação presencial maior”.

José Carlos explica que a demanda já é grande. “Ainda estamos tendo um pouco de dificuldade, nem todo mundo que está nos procurando está conseguindo ser atendido, mas já estamos ajudando muita gente”. Grande parte dos atendidos, segundo o médico, já está na fase dois da doença. “É importante ressaltar que atendemos os pacientes independente da etapa de tratamento”.

Para isso, eles se organizam em grupos de trabalho: têm médicos na linha de frente, alguns à frente de atendimentos presencias e outros virtuais, um grupo de gestão e captação de recursos, além de uma coordenação científica, que reúne materiais de diferentes áreas da saúde.

Isso porque, além dos atendimentos à população, o médico explica que o projeto também proporciona a capacitação dos profissionais para atendimento à covid. Nesse caso, um time de especialistas fica na retaguarda para tirar as dúvidas.

“Às vezes o paciente covid tem diabetes, então nós temos um endócrino na retaguarda, outros com doenças cardiológicas mais graves, dispomos de cardiologistas, outros com problemas no sangue, para isso temos hematologista”, explica José Carlos.
 
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