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14/07/2020 às 15:08 | Atualizada: 14/07/2020 às 15:53

Botelho revela estar com 50% do pulmão comprometido e declara: 'subestimei a doença'

Camilla Zeni

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM), revelou nesta terça-feira (14) que teve 50% do pulmão comprometido em razão da covid-19. O resultado do novo exame do deputado ainda não foi divulgado, mas os sintomas e a tomografia apontam a alta probabilidade, segundo Botelho.

“Eu cometi alguns erros. Eu subestimei a doença”, reconheceu o deputado durante sessão extraordinária da Assembleia, ao contar sua trajetória das últimas semanas aos colegas parlamentares.

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De acordo com Botelho, um exame para covid-19 foi feito no dia 26 de junho, como testagem de rotina, em razão de sua função na Assembleia Legislativa. 


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Quatro dias depois, o parlamentar passou a ter sintomas que ele julgava ser de sinusite. “Entendi que era um sintoma normal para esse período seco. Eu todos os anos tenho problema de sinusite, então achei que fosse”, comentou. Mas a dor forte na região da cabeça só passava quando ele tomava remédios para combatê-la. 



Conforme Botelho, a rotina de remédios contra a sinusite durou do dia 30 de junho, uma terça-feira, até o sábado de manhã. O parlamentar seguiu com as medicações por cinco dias porque, segundo ele, naquela quinta-feira (2 de julho), o laboratório apontou resultado negativo para covid-19, no exame feito no dia 26 de junho.

No dia 4 de julho, o parlamentar disse ter sentido outros sintomas. “Como se fosse uma corrente elétrica do pé até a cabeça. Um negócio realmente diferente, então percebi que tinha algo errado”, revelou Botelho. Ele procurou seu médico, que o orientou a voltar para Cuiabá, já que o deputado estava passando os dias em sua casa no município de Chapada dos Guimarães.

Assim que foi consultado pelo médico Carlos Augusto Carretoni, a suspeita de covid-19 foi apontada. Segundo o deputado, foi prescrita a ele uma série de medicamentos já usados no tratamento para casos de coronavírus. Esse kit foi tomado por ele por cinco dias. Depois, em uma segunda consulta, uma tomografia apontava que Botelho já estava com 10% do pulmão comprometido, sendo que, conforme o médico, o uso da azitromicina não teria funcionado.
 
Segundo Botelho, a pretensão do dr. Carretoni era fazer uma nova consulta nessa segunda-feira (13). Contudo, no fim de semana, o parlamentar sentiu seu quadro de saúde se agravando. 

“Ocorre que nesse final de semana apareceram muitas intercorrências. Tive febre, calafrios. De domingo para segunda senti muita febre, passava de 40º e não aliviava. Fomos fazer a tomografia e detectou que já tinha mais de 50% de comprometimento. Então ficamos na opção de que poderia precisar, a qualquer momento, de um sistema de UTI. E como Cuiabá está totalmente colapsado, nós, naquela análise de que pode ser que não precise ou que precise a qualquer momento, tomamos a decisão de vir para São Paulo”, revelou Botelho.

Durante a explicação aos deputados, o presidente da Assembleia já aparentava não estar bem. Em uma cama no hospital Sírio-Libanês, onde está internado em uma unidade semi-intensiva, Botelho ficava tossindo e parecia não respirar muito bem. Segundo ele, desde que chegou ao hospital ele tem feito uso do oxigênio hospitalar.

“Estou acompanhando com monitores. Não precisei ser intubado e creio que não vou precisar, apenas da respiração, oxigênio. E está tudo bem, faz parte desse processo. Tenho certeza que logo mais, daqui uns dias, vou sair daqui e voltar pra casa”, finalizou o parlamentar.
 
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