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29/07/2020 às 10:37 | Atualizada: 29/07/2020 às 10:44

Emanuel diz que volta às aulas seria ‘foco propagador’ e descarta retorno

Camilla Zeni

Enquanto não for seguro para a saúde dos estudantes, as aulas não devem retornar em Cuiabá. Essa é a avaliação do prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), que afirma que, apesar da pressão dos empresários, a gestão vai levar em consideração o cenário da pandemia da covid-19 para tomar uma decisão. 

As aulas na rede pública e privada em Cuiabá estão suspensas desde o fim de março, quando foi registrado o primeiro caso do novo coronavírus na capital. Conforme decreto do prefeito, a medida é válida até o próximo 2 de agosto. Contudo, a expectativa é de que a data seja prorrogada, uma vez que, segundo Emanuel, ainda não é possível agendar um retorno seguro dessas atividades.

“No momento ainda não dá para estabelecer com segurança a data de retorno das aulas. Eu tenho ouvido o sindicato, mas temos que ter muito cuidado para evitarmos o descontrole do vírus na capital”, disse o gestor, em entrevista à Jovem Pan nesta quarta-feira (29).

Nessa terça-feira (28), um protesto organizado pelos representantes das escolas particulares pedia a retomada das atividades. Segundo o movimento, em municípios do interior do Estado as instituições de ensino seguem atuando de forma presencial. A expectativa também é de que em Várzea Grande essas unidades possam retomar na primeira semana de agosto. 

Apesar da pressão, Emanuel Pinheiro se mostrou irredutível. Com um discurso que vem adotando desde o início da pandemia, o prefeito afirma que a saúde da população vem antes de qualquer pressão econômica. Ele também se disse angustiado com a situação dos proprietários de instituições de ensino, que já perderam cerca de 30% dos alunos, conforme o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe).

“Eu sei que muitas escolas estão entrando em colapso, quebrando, fechando. O berçário da educação infantil, na iniciativa privada, está numa situação difícil... Eu entendo a angústia e recebi o presidente do Sindicato. Conversamos muito sobre isso, mas não posso ser irresponsável com a saúde e a vida das nossas crianças, dos trabalhadores e da população em geral. É um universo muito grande”, reafirmou.

Em sua avaliação, o retorno das atividades presenciais poderia significar um “foco altamente propagador da covid-19”. Isso porque, segundo ele, apenas em Cuiabá o universo envolvendo as instituições de ensino representa ¼ da população: são cerca de 140 mil alunos circulando diariamente, sem incluir os colaboradores das unidades. Por isso, disse ele, ainda não é possível estabelecer quando será possível fazer um retorno seguro das atividades.

Covid em Cuiabá
Conforme atualização da prefeitura, nessa terça-feira (28) a Capital já registrada 503 óbitos, 10.511 casos confirmados de covid-19 nos moradores, sendo que 516 pessoas estavam internadas em decorrência da doença. Dessas, 307 estão na Unidade de Terapia Intensiva. Já em todo o Estado são 1.700 mortes em razão da pandemia e 47.045 pessoas diagnosticadas com a covid-19. 

Em razão de uma mudança na fórmula de classificação, Cuiabá deixou de ser considerado um lugar com ‘risco muito alto’ de contaminação na última quinta-feira (23). Um dia depois o governo editou um decreto liberando todas as atividades econômicas para funcionamento, ainda que de forma restrita a 70% de sua capacidade. Isso fez com que Cuiabá, que estava em quarentena, voltasse a um ritmo “normal”.
 
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