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31/07/2020 às 15:32

Produtores rurais e Corpo de Bombeiros juntos contra os incêndios

Leiagora

Para falar da prevenção e combate aos incêndios florestais e desmistificar alguns mitos sobre o assunto, o Sistema Famato promoveu nesta semana (29) uma live com lideranças do Agro e representantes do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O principal objetivo foi abordar as queimadas no Pantanal, tendo em vista o recente incêndio que atingiu uma parte deste importante bioma e no qual está concentrada a maioria das propriedades rurais do estado. A origem do incêndio ainda está sendo investigada.

Na oportunidade, o coronel BM Barroso apresentou alguns dos conceitos técnicos e suas respectivas diferenças que ainda confundem a população sobre o emprego do fogo. Além disso, explanou sobre as iniciativas preventivas e os planos adotados pelo Comitê do Fogo no estado.

Entre as técnicas preventivas estavam o Manejo Integrado do Fogo (MIF) e o Plano de Proteção Contra Incêndios Florestais (PPCIF). No caso do plano PPCIF já existe uma proposta de Lei no Congresso Nacional para estabelecer uma política nacional do próprio uso do fogo com a finalidade de reduzir incêndios florestais nos biomas em que isso é permitido. Dos seis biomas que existem no país, em quatro (Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampas) pode ser utilizada a técnica MIF.

O coronel BM Barroso e o tenente-coronel BM Gledson destacaram o importante papel e o apoio incondicional dos produtores rurais de Mato Grosso nas medidas de prevenção e de combate aos incêndios florestais. Vale esclarecer que incêndio florestal é a denominação da ocorrência do fogo sem controle e que se propaga sobre qualquer forma de vegetação. E o termo florestal refere-se a qualquer tipo de vegetação, nativa ou plantada, e de qualquer tipologia.

“O proprietário rural e as associações são os principais parceiros para promovermos ações de prevenção e combate a incêndios florestais em Mato Grosso. Se não fosse assim, a instituição (Corpo de Bombeiros) não teria condições de acessar essas áreas distantes e colocar toda sua estrutura no enfrentamento a incêndios”, destacou o tenente-coronel BM Gledson. Segundo ele, o produtor rural tem consciência de que incêndio é prejuízo.

O presidente do Sistema Famato, Normando Corral, endossou os argumentos dos oficiais e reforçou a necessidade de aliar a ciência e a prática para desmistificar ações e conceitos distorcidos sobre o uso do fogo. “Infelizmente, os incêndios nessa época do ano sempre são atribuídos ao produtor rural, mas nós combatemos os incêndios. O meio ambiente é a mesa de trabalho do produtor. Se o incêndio for provocado é considerado crime e quem o cometeu deve ser punido pelo poder público. Contem conosco para coibir qualquer tipo de crime. Nós produzimos legalmente e assim continuaremos”, frisou.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) oferece cursos gratuitos para a formação de brigadistas de incêndios para as fazendas. As demandas são atendidas todos os anos pelos sindicatos rurais que, junto com o Senar, promovem os cursos.

Monitoramento

A secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema-MT, Luciane Bertinatto, informou que o órgão está, desde 2019, se estruturando para monitorar os focos de incêndios no estado.

A Sema possui, atualmente, 150 servidores em campo se revezando para o monitoramento. São cerca de 40 servidores divididos entre 10 regiões dentro do estado, aliados às equipes do Ibama, Indea-MT e Polícia Ambiental.

“Investimos num centro de monitoramento em tempo real. Conseguimos acompanhar os focos de queimadas. Este ano está bem acentuado e com certeza o Pantanal é o que mais nos preocupa”, afirmou.


Participaram do bate-papo o presidente do Sistema Famato, Normando Corral, o comandante do Batalhão de Emergência Ambiental, tenente-coronel BM Gledson, o secretário executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo da Sema-MT, coronel BM Barroso, a diretora-executiva da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Daniella Bueno, a secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema-MT, Luciane Bertinatto, e o presidente da Comissão Nacional de Cereais Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Arioli, que mediou o debate.
Assessoria
 
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