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01/08/2020 às 08:26 | Atualizada: 01/08/2020 às 09:01

Toffoli manda soltar conselheiro do TCE que jogou cheques em lixeira durante operação

Camilla Zeni

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa e determinou a soltura do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Waldir Teis. 

Afastado das funções desde 2017 por decisão judicial, Teis foi preso no dia 1º de julho, depois de tentar obstruir operação da Polícia Federal, jogando em uma lata de lixo cheques que somavam R$ 450 mil. Ele foi flagrado por um agente, que filmou a situação.

Segundo o advogado Diógenes Curado, a decisão de soltura, despachada na noite de sexta-feira (31 de julho), ainda não foi cumprida. O pedido em Brasília foi feito pelo escritório Mudrovitsch Advogados. 

Operação e prisão
Um dia antes de sua prisão, Teis foi um dos alvos da 16ª fase da Operação Ararath, quando agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em locais ligados a ele e aos conselheiros Sérgio Ricardo e José Carlos Novelli.

Conforme o Ministério Público Federal, Teis aproveitou o momento em que agentes estavam em uma segunda sala para recolher diversos cheques. Ele, então, deixou o escritório, desceu 16 lances de escada e os jogou em uma lixeira.

Entretanto, um agente da PF viu o momento em que o conselheiro deixava o escritório e o seguiu, flagrando a cena. Por isso, Teis foi preso no dia seguinte, ao se apresentar na sede da Polícia Federal.

A PF e o Ministério Público Federal identificaram que os chequer seriam de empresas ligadas a uma organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de fazer parte. 

Ao denunciar o caso no Superior Tribunal de Justiça, órgão que havia autorizado as buscas e, posteriormente, decretou a prisão, o Ministério Público pediu a prorrogação do afastamento do conselheiro e a condenação pelo crime de embaraço à investigações. O órgão também pediu o pagamento de R$ 3 milhões, como indenização por danos morais coletivos.

Conselheiro afastado
Waldir Teis está afastado do TCE desde setembro de 2017, quando foi alvo da Operação Malebolge, 12° fase da Operação Ararath.

Naquela época, outros quatro conselheiros também tiveram ordem de afastamento, depois serem acusados de receber R$ 53 milhões em propina para aprovar projetos da Copa do Mundo de 2014. Os fatos foram revelados pelo ex-governador Silval Barbosa, em seu acordo de delação premiada.
 
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