03/08/2020 às 15:38 | Atualizada: 03/08/2020 às 15:44
Delegado diz que depoimento de adolescente foi contraditório e tiro não condiz com acidental
Eduarda Fernandes
O pedido de busca e apreensão na casa onde morreu a adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, feito pelo delegado Wagner Bassi Júnior, titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), cita que o depoimento da amiga, suposta autora do disparo, foi contraditório e confuso. Além disso, o delegado aponta que, pelo modo como o projétil entrou e saiu da cabeça de Isabele, o disparo não foi acidental.
O Leiagora obteve acesso a trecho do pedido que diz o seguinte: “Cabe destacar que a oitiva da adolescente aponta uma dinâmica dos fatos confusa e contraditória, já que a arma seria guardada no quarto do pai, pela adolescente, porém o disparo ocorreu no quarto da própria adolescente. Além disso, as investigações iniciais apontam um disparo com entrada de projétil na altura do nariz da vítima, com saída na nuca, em sentido reto, o que indica que o disparo como se a adolescente estivesse apontando a arma para a vítima, na altura do seu rosto, o que não é condizente com um disparo acidental. Há necessidade de apuração detalhada destes fatos, a fim de estabelecer de forma clara, a dinâmica do crime”.
Isabele morreu no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville, em Cuiabá. O tiro partiu de uma arma levada pelo namorado da amiga de Isabele. Segundo os depoimentos, a vítima passava a tarde na casa da amiga, que é filha do empresário Marcelo Cestari, no condomínio onde ambas moram.
Ainda no pedido de busca e apreensão, o delegado cita que, conforme o depoimento da menor que teria atirado em Isabele, “arma pertencia a seu namorado, que iria vender a arma para seu genitor Marcelo, o que foi confirmado por este em sua oitiva, também em anexo. Informa ainda que o disparo teria ocorrido no banheiro do quarto da adolescente infratora”.
Pela Polícia Civil, o caso é tratado como homicídio culposo (quando não há a intenção de matar). Nesta segunda-feira (3), Marcelo Cestari foi indiciado por posse irregular arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo e por fornecer arma a adolescente, uma vez que solicitou a própria filha que guardasse as armas.
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