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09/08/2020 às 10:25 | Atualizada: 09/08/2020 às 10:27

Início do Campeonato Brasileiro é prematuro, avalia dirigentes de times da série D

Edyeverson Hilario

Falta pouco tempo para o início do Campeonato Brasileiro de Futebol e os times do estado que deve disputar a série D, já se organizam para a retomada das atividades. Motivada pela pandemia do coronavírus, a interrupção dos jogos durou pouco mais de quatro meses e agora mesmo sem uma solução para a causa da paralisação, os jogos devem voltar. O começo do campeonato na avaliação dos dirigentes dos clubes é arriscada e precoce.
 
Operário, União e Luverdense são os três clubes mato-grossense na disputa do Brasileirão série D. Todos os clubes que disputam esse campeonato vivem situações bem parecida: poucos recursos financeiros e estrutura limitada. Características comuns de times pequenos e também são as principais razões das críticas dos dirigentes. Situação bem diferente dos grandes times do Brasil, que em sua maioria pressionou o governo e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a retornar as competições.
 
A estreia do Operário de Várzea Grande está marcada para o dia 19 desse mês. O time deve enfrentar o Aparecidense (GO), em Goiás. Apesar disso, os atletas devem voltar para o clube apenas dois dias antes de começarem os jogos. Isso porque nesse período o clube liberou todos os atletas das atividades. “A maioria dos jogadores não são da cidade, são jogadores que vieram de outros estados”, justificou o presidente Eder Taques.
 
Na avaliação do dirigente, essa retomada vai resultar na infecção de atletas. “Isso vai ser constante porque não tem ainda uma definição sobre a pandemia. Está tendo uma melhora em algumas regiões, mas ela ainda continua. Não temos nenhuma vacina”, alertou.
 
Taques ainda ressaltou que a “proliferação entre atletas é iminente. O futebol é jogado em grupo. É coletivo. Ainda não há segurança para isso”.
 
Ele também criticou que o protocolo criado para o retorno do futebol, “é só para dar uma satisfação para a imprensa ou sei lá para quem eles quer dar. Não vai assegurar que os jogadores não vão pegar. Só teremos segurança depois que sair uma vacina e todo mundo vacinar. Aí estamos prontos para começar”, desabafou.
 
Eder adiantou que o clube ainda está definindo como serão os procedimentos tomados para minimizar o risco de contaminação dos atletas, mas não esclareceu como estão essas definições.
 
Quanto aos dois dias de preparo dos atletas para o primeiro jogo do campeonato, o presidente disse que não pode afirmar se o time estará pronto. “É uma questão da comissão técnica que vai pegar o time, vai treinar, vai fazer. Isso já não cabe a nós”. Mas assegurou que os atletas precisam de um certo tempo para voltarem. “Isso não se faz com 10 dias, nem com 15, isso leva um certo tempo para eles se condicionar”.
 
Com o retorno programado para o dia 20 desse mês, o União Esporte Clube faz sua estreia no Brasileirão série D, um mês depois de retomar as atividades nas dependências do clube. Embora volte a trabalhar no CT apenas no fim do mês, “eu acho prematura essa decisão. Tudo isso pode causar prejuízo futuro”, comenta o presidente, Edicarlos Olegini.
 
Em processo de reorganização e de replanejamento, que inclui a rotina dos treinamentos, Edicarlos relata que o clube tinha 28 atletas antes da pausa, mas que é possível retomar os trabalhos com um número menor de jogadores.
 
Esse mês de treinamento antes do início da competição será um tempo de adaptação e adequação as recomendações feitas pela CBF. “Vamos ter que seguir todo o protocolo na preparação e o estilo do treinamento vai ter que se adequar”, comentou.
 
Ele ainda relatou que o União não tem condições de realizar testes para o covid-19 com frequência. “A maioria dos clubes da série D não tem. Então temos que ver o que a CBF vai recomendar para fazer e vamos ter que buscar alternativas para atender o pedido”, observou.
 
O presidente também comentou que “mesmo sendo otimista. Daqui um mês ainda vai estar bem complexo. A série D envolve os 26 estados da federação, mais o Distrito Federal, então é todo o Brasil envolvido. Alguns locais vão estar em situação melhor, mas eu tenho certeza que alguns outros poderão estar em situação mais complicada, e aí vai comprometer o campeonato?”, indagou o dirigente.
 
Tentamos contato para saber como está a preparação do Luverdense, mas não obtivemos respostas, até a publicação dessa matéria.
 
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