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11/08/2020 às 15:01 | Atualizada: 11/08/2020 às 15:06

MPF investiga prefeitura sobre leitos no São Benedito após pacientes morrerem na fila de espera

Camilla Zeni

A procuradora Vanessa Cristhina Scarmagnani, do Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF), instaurou um inquérito para acompanhar a liberação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Hospital Municipal São Benedito, para uso exclusivo de pacientes infectados pela covid-19.

A abertura do inquérito, assinada em 6 de agosto, é uma continuação de um trabalho de acompanhamento do MPF, que desde maio fiscaliza a falta de leitos no hospital.

Conforme documento emitido pelo MPF em junho, uma médica da Central de Regulação Estadual apontou que o Hospital São Benedito teria liberado apenas cinco leitos de UTI para covid-19 naquela época, de forma que pacientes morreram na fila de espera.

Na época a prefeitura de Cuiabá já anunciava a existência de 40 leitos exclusivos para tratamento da pandemia, o que levou o MPF a cobrar a liberação de todas as unidades.

De acordo com a atualização do governo do Estado dessa segunda-feira (10), atualmente todos os 40 leitos do São Benedito estão pactuados para receberem pacientes de covid-19. A taxa de ocupação, segundo a atualização, era de 92,5%, restando apenas três leitos disponíveis.

Falta de regulação?
O caso relatado pela médica não foi o único problema com a regulação de pacientes de covid-19 envolvendo o município, segundo a Central de Regulação. 

No mês de julho o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, apontou que 20 novas UTIs que haviam sido liberadas pela capital ainda não estavam aptas para receber pacientes do Estado, apesar do anúncio do prefeito Emanuel Pinheiro.

“O apelo que faço nesse momento é para que os 20 leitos que foram anunciados dois dias atrás sejam disponibilizados para o sistema de regulação. Ajudaria muito nesse momento”, pediu o gestor, em coletiva de imprensa no dia 15 daquele mês.

Apesar da alegação, a Prefeitura de Cuiabá informou que as novas unidades já estavam recebendo pacientes da regulação, ao contrário do que havia alegado o secretário.
 
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