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21/08/2020 às 14:34 | Atualizada: 21/08/2020 às 14:38

Juíza marca audiência com investigadores da PJC suspeitos de extorquir família de presidiário

Camilla Zeni

Foi marcada para o dia 14 de outubro a audiência instrutória com três investigadores da Polícia Civil acusados de tentar extorquir a família de um presidiário. Esse processo corre na Vara de Ação Civil Pública e Popular de Cuiabá, sob análise da juíza Célia Regina Vidotti, com o intuito de danos morais por enriquecimento ilícito.

Em sua decisão, assinada na quinta-feira (20), a juíza considerou o retorno das atividades presenciais do Fórum de Cuiabá, liberadas pelo Tribunal de Justiça neste mês de agosto Com isso, segundo ela, não há impedimentos para a realização da audiência.

A magistrada determinou que os acusados estejam no Fórum às 14h30, para prestarem depoimentos, assim como as testemunhas arroladas pelo Ministério Público. 

Denúncia

Segundo o processo, Fábio Leite da Silva, Glauco Alves de França e Alessandro Vicente Ferreira dos Santos, investigadores lotados, na época, na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores da Capital, teriam exigido R$ 20 mil do senhor Edson Angello.

Os agentes Glauco e Alessandro foram até o assentamento Flor da Mata, no Coxipó do Ouro, onde mora a família da vítima, e disseram que o carro que estava em sua posse era produto de roubo, e que, por isso, ele seria conduzido para a delegacia. No entanto, no meio do caminho, entrou uma terceira pessoa, que teria se identificado como um "delegado de polícia". Esse homem exigiu de Edson R$ 20 mil para que o carro não fosse apreendido e ele autuado em flagrante. 

Consta do processo que, durante essa abordagem, os investigadores ameaçaram a vítima, dizendo que seu filho, que estava preso, seria morto caso ele contasse para alguém sobre essa extorsão.

O homem, com medo, aceitou a proposta, e fez o pagamento de R$ 10 mil, por meio da esposa, para Alessandro. Ele entregou um número de telefone e exigiu o restante do valor até o dia 10 de fevereiro de 2017, que seria dois dias depois da abordagem.

Segundo o Ministério Público, responsável pela denúncia, o fato só veio à público porque Edson não conseguiu o restante do valor e descobriu ainda que o veículo não era produto de roubo, mas tinha apenas algumas pendências administrativas.

O caso foi investigado pela Corregedoria Geral da Polícia Civil e, segundo o processo, teve "robustos indícios de autoria e prova da materialidade do ato ilícito". 

O Ministério Público pediu o afastamento dos acusados do cargo e o bloqueio de R$ 80 mil em bens dos réus, por conta de enriquecimento ilícito e a título de multa civil. Além disso, eles também foram denunciados criminalmente pelo fato.
 
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