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02/09/2020 às 15:58 | Atualizada: 02/09/2020 às 16:40

Polícia aponta que adolescente teve intenção de matar amiga e assumiu o risco

Luzia Araújo e Alline Marques

A adolescente investigada por matar Isabele Guimarães Ramos foi indiciada por ato infracional análogo ao homicídio doloso, isto porque ela tinha conhecimento para uso de armas e assumiu o risco ao apontar a pistola para o rosto da amiga. Esta foi a conclusão de 51 dias de investigação realizada pela Polícia Judiciária Civil. 

Além dela, responderá pelo crime o empresário Marcelo Cestari, que foi indiciado por homicídio culposo, posse ilegal da arma e fraude processual, por condutas que atrapalharam a investigação, além de responder também por entregar arma a adolescente. 

O pai do namorado da investigada, dono da arma de onde saiu o disparo,  empresário Glaucio Fernando Mesquita Corrêa da Costa, responderá pelo crime de omissão de cautela na guarda de arma de fogo. Já o filho dele responderá por ato infracional análogo ao porte de arma de fogo. 


Isabele Guimarães foi morta no dia 12 de julho, em uma casa de luxo no Condomínio Alphaville I, em Cuiabá, com um tiro na cabeça, disparado pela amiga. O caso ganhou repercussão nacional e foi envolto de contradições. 


Segundo a Polícia Civil, adolescente assumiu risco de matar a amiga

O case

A versão apresentada pela investigada é de que o disparo ocorreu após deixar o case com as armas cair. Ela teria tentado equilibrar com uma mão o case e a arma na outra, momento em que teria ocorrido o tiro. Além disso, a adolescente realtou que o disparo teria ocorrido da porta do banheiro.

No entanto, a polícia concluiu que o case sequer estava na cena do crime. Isto porque, não possui manchas de sangue e nem rastro de pólvora. O delegado Wagner Bassi explicou que após o disparo houve respingo de sangue no chão e na roupa da investigada, porém, não possui respingos na caixa da arma. 

A polícia concluiu então que a caixa foi deixada em uma bancada ainda no quarto da adolescente, que pegou a arma e foi para dentro do banheiro. Ainda de acordo com a cronologia dos fatos, ela e a amiga estiveram juntas pelo tempo, aproximado de 1m18seg.  

Motivação

Sobre a motivação do crime, o delegado disse que não faria comentários sobre ilações, não sendo capaz de traçar o que teria levado a adolescente tirar a vida de Isabele.

"Realizamos um trabalho técnico com elementos constante nos autos. A conclusão que fizemos é essa que está aqui: a arma foi direcionada, o gatilho foi acionado em direção ao rosto da vítima. Não faremos ilação que não podemos comprovar com elementos dos autos. A adolescente deu uma versão que a gente demonstrou que não é compatível com a investigação. Então a versão dela não tem utilidade a gente discutir", afirmou.  

 Atualizada às 16h27 / Atualizada às 16h30
 
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