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13/09/2020 às 08:21 | Atualizada: 13/09/2020 às 08:31

Juiz federal diz que vídeos entregues por Sílvio são provas de mensalinho na AL

Eduarda Fernandes

Para o juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, os vídeos entregues por Sílvio César Corrêa de Araújo em seu acordo de colaboração premiada são “elementos de prova” que dão suporte à denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de que as cenas revelam parte de um esquema de pagamento de propina. Nas imagens, gravadas entre 2012 e 2013, deputados estaduais são flagrados recebendo maços de dinheiro de Sílvio, que era chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa.

Nenhum deles permanece como deputado hoje. O único que ainda ocupa cargo eletivo é Emanuel Pinheiro (MDB), prefeito de Cuiabá e possível candidato à reeleição. Para ele, o caso ficou conhecido como “o escândalo do paletó”.

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Segundo o MPF, Emanuel e outros nove parlamentares teriam recebido R$ 600 mil em propina, divididos em 12 parcelas de R$ 50 mil. O “mensalinho” servia, segundo Silval, para garantir a governabilidade de Silval sem empecilhos na Assembleia Legislativa.

Nesta sexta-feira (11), Schneider recebeu a denúncia do MPF e tornou réus, além de Emanuel, Ezequiel Ângelo Fonseca, José Domingos Fraga Filho, Luiz Marinho de Souza Botelho, Airton Rondina “Português”, Luciane Azoia Bezerra, Alexandre César, Gilmar Fabris, Carlos Antônio Azambuja e José Joaquim de Souza Filho “Baiano Filho”.

Apesar de Emanuel e os demais negarem o suposto esquema e apresentarem justificativas para as imagens gravadas, o juiz federal viu nas cenas o fator que faltava para receber a denúncia.

“[...] entendo existir nos autos suporte mínimo de provas quanto à materialidade e autoria do crimes, especialmente, nos seguintes elementos de informação e provas”, disse o juiz ao elencar que há nos autos os vídeos apresentados por Sílvio e um Laudo de Perícia Criminal Federal , em que os peritos oficiais apontam que não houve adulterações nos vídeos entregues pelo ex-chefe de gabinete.
 
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