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21/09/2020 às 16:00

Descrente de cassação, Avalone diz que ação vai provar que valores apreendidos não eram seus

Camilla Zeni

O deputado estadual Carlos Avalone (PSDB) não acredita que ação movida contra ele pelo Ministério Público Eleitoral (MP) possa resultar na cassação do seu diploma. Ele ainda afirma que está confiante e que conta com o julgamento do caso ainda antes das eleições, agendadas para 15 de novembro.

O parlamentar, que foi eleito suplente nas eleições de 2018, foi acusado de caixa dois, após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontrar, em um veículo que transitava na BR-070, um caso cheio de santinhos do candidato e R$ 89,9 mil, em espécie, três dias antes das eleições. 

Na semana passada, o MP se manifestou pela cassação do diploma de Avalone, que desde fevereiro de 2019 ocupa cadeira na Assembleia Legislativa. Eleito suplente, ele ficou com a vaga de Guilherme Maluf, ex-PSDB, que deixou o Legislativo para ocupar cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o qual preside atualmente.

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“Acho que o processo está no finalmente já. Provavelmente em um ou dois meses deve estar indo para votação, e estou muito confiante, porque os recursos não eram meus e vai ficar tudo provado claramente no processo”, comentou o deputado, em entrevista à imprensa nesse sábado (19). O parlamentar integrou comitiva que vistoriou, em Poconé (100 km de Cuiabá), a situação das queimadas no pantanal.

Pedido de cassação

De acordo com o MInistério Público Eleitoral, Carlos Avalone declarou despesa de R$ 999,9 mil reais na campanha de 2018, quando o limite por candidato era de R$ 1 milhão, no caso dos que concorriam ao posto de deputado estadual.

O órgão observou que, dessa forma, considerando os R$ 89,9 mil apreendidos em um carro que foi locado pela campanha de Avalone, ele teria superado o limite máximo de gastos permitido em lei.

Além disso, o MP Eleitoral observou que, com o dinheiro, estava no carro Luiz da Guia Alcântara, que foi contratado para ser coordenador da campanha de Avalone na cidade de Cáceres (225 km de Cuiabá). Além dele, estavam Dener Antônio da Silva, que era o motorista, e Rosenildo do Espírito Santo. 

Dener teria relatado a um dos PRF que o dinheiro foi pego no escritório de Avalone, em Cuiabá, e que seria usado para pagar cabos eleitorais. Contudo, quando foi oficialmente ouvido pela Polícia Federal, mudou a versão, deixando de esclarecer a origem e a destinação dos valores. 

Avalone também foi ouvido na fase de investigação e confirmou que o veículo pertencia a sua campanha. Ele afirmou, porém, que não sabe a origem do dinheiro e que o valor não seria de sua campanha, negando, portanto, a existência de caixa dois e a ultrapassagem do limite de gastos.
 
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