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22/09/2020 às 08:02 | Atualizada: 23/09/2020 às 13:50

Barranco alfineta Taques, cita perseguição a servidores e relembra escândalo dos grampos

Camilla Zeni

Oposição no governo Pedro Taques e agora concorrente do político na eleição suplementar do Senado, agendada para 15 de novembro, o deputado estadual Valdir Barranco (PT) avalia ser natural a vontade de Taques em seguir na carreira política. No entanto, ele não acredita que o ex-governador tenha chance de vitória, considerando sua atuação frente ao Estado.

Barranco lembra que Pedro Taques (Solidariedade) teve uma gestão “muito mal avaliada”. Prova disso foi que o político, que antes já tinha sido senador, foi o primeiro governador da história de Mato Grosso a sair derrotado de uma candidatura à reeleição.

Nas eleições de 2018, Taques concorreu com Mauro Mendes (DEM), que se sagrou vencedor no segundo turno, Wellington Fagundes (PL), Arthur Nogueira (Rede) e Moisés Franz (Psol). Taques acabou em terceiro lugar, com apenas 19% dos votos válidos, o equivalente a 271,9 mil votos.

“Acho que é natural que ele se coloque. Ele acaba de ter governado o estado de Mato Grosso, e isso não é pouco. Mas ele saiu muito mal avaliado. Fez um governo de perseguição aos servidores públicos e ignorou a agricultura familiar”, comentou o candidato petista, em conversa com a imprensa no último sábado (19).

Barranco também lembrou de um dos maiores escândalos da gestão Pedro Taques: a grampolândia pantaneira, nome popular atribuído à operação Esdras, da Polícia Civil. Tratava-se de um esquema de escutas clandestinas implantado no âmbito do governo do Estado, com objetivo de monitorar, ilegalmente, adversários políticos, jornalistas, advogados e até mesmo uma amante. 

Em relação ao caso, porém, apenas o julgamento na esfera militar foi concluído. No âmbito criminal, sete inquéritos estavam em andamento na Polícia Civil. Taques também responde a um deles. 

“Taques instalou aqui em Mato Grosso um equipamento para fazer escutas e grampos clandestinos. É algo que eu não compreendo porque o Estado ainda não tomou providências. Mas enfim, ele está se colocando na disputa e quem vai avaliar são os eleitores”, finalizou Barranco.

O ex-governador trocou de partido no início do ano, deixando o PSDB e se filiando ao Cidadania. No dia 16 de setembro, ele teve o nome homologado em convenção do partido, firmando chapa pura com dois servidores públicos. A primeira suplência é do delegado Fausto Freitas (Cidadania), que já compôs a gestão de Taques no governo. A segunda suplência ficou com a médica Elza Queiroz (Solidariedade), servidora da Secretaria de Estado de Saúde.
 
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