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22/09/2020 às 16:01 | Atualizada: 22/09/2020 às 16:08

'Ecologistas formam lá no RJ e vêm por dedo em nosso nariz', desabafa pantaneiro

Da Redação - Edyeverson Hilario / Reportagem - Camilla Zeni

O pantanal mato-grossense queima há dois meses ininterruptos. Desde o início dos incêndios, que está de forma descontrolada, rumores dos possíveis responsáveis pelo crime surgiram e os produtores rurais da região foram os principais alvos das críticas. Em defesa dos pantaneiros e criadores, Osires Pereira, de 63 anos, reclama que criminalizar os pantaneiros pelo fogo é maldade. Ainda observou que nunca houve incêndios dessa proporção no Pantanal.

Segundo o pantaneiro, os responsáveis por esses incêndios são os próprios órgãos de fiscalização. “Não tiveram a capacidade de, pelo menos, entender um pouquinho das coisas. A metade da destruição daqui foi por isso”, criticou.

À frente de uma fazenda de criação há 15 anos, o gerente relata que hoje eles não podem usar máquinas para limpar o pasto. “Não pode fazer nada porque eles prendem, multam, então dos mal-entendidos, infelizmente, tem demais”.

Osires relata que nos últimos anos os pantaneiros foram impedidos de fazer "queimadas frias", quando colocavam fogo no material combustível que fica no solo, como gravetos e detritos de folhas. Esse modo de incêndio da florestal natural tem menos chance de se alastrar, segundo ele. “Queimávamos o capim seco do ano anterior. Era o manejo que nós fazíamos. Nós que entendemos do Pantanal. A metade da destruição daqui foi por isso”.

Ele ainda diz que em toda a sua vida, nunca viu incêndios nessa proporção. “Agora criminalizar todos os pantaneiros? Todos os homens? Para que essa maldade?”, desabafa.
 
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