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23/09/2020 às 08:45 | Atualizada: 23/09/2020 às 08:53

Investigações apontam que vigilante fornecia informações aos criminosos

Luzia Araújo

As investigações feita pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apontaram que a vigilante da empresa Brinks, alvo da operação contra a quadrilha que tentou roubar um carro-forte no Atacadão, teve participação fundamental na ação criminosa, ocorrida em 2019. 

Segundo a delegada Juliana Chiquito, a mulher repassava informações sigilosas de como era o procedimento operacional da empresa aos membros da organização criminosa. Em troca, ela receberia uma parte do dinheiro roubado caso o crime fosse concluído. 

Além disso, a delegada disse ainda que o grupo criminoso realizou outras tentativas de roubos, do mesmo modus operandi, contra caixas eletrônicos de estabelecimentos comerciais na região do Coxipó, entre eles no supermercado Extra na Miguel Sutil, antes da ação no Atacadão.

“Acontece que, no dia dos fatos, a esposa de um dos criminosos denunciou a participação da vigilante. Foi uma denúncia sem qualquer tipo de elemento probatório concreto, mas que despertou essa dúvida se houve a participação dela ou não. Então, teve o trabalho de investigação, que foi mais demorado e com cuidados especiais, perícias, análises e estudo das imagens. Com base em tudo isso fizemos a investigação, mesmo porque as informações que levantamos junto a empresa que ela era vinculada na época dos fatos, ela não tinha nenhum desvio de conduta e hoje afirmamos que ela foi o elo principal dessas ações. Ela repassava informações sigilosas, fotos, como era o procedimento operacional da empresa ao contato que ligava ela aos demais membros da organização criminosa”, disse Chiquito. 

O caso 

O crime ocorreu no dia 10 de maio quando o grupo criminoso associado, fortemente armado, tentou atacar o carro forte da empresa Brinks, no momento em que era realizado o abastecimento caixas eletrônicos instalados no supermercado.

O roubo não foi consumado devido a intervenção imediata da equipe da GCCO, assim como pela ação do vigilante da empresa, resultando na morte de três dos criminosos.  

Durante a ação, não houve terceiros feridos, seja dentro do estabelecimento, com a reação justa e necessária do vigilante, seja na parte externa com a intervenção dos policiais, repelindo iminente e injusta agressão.

Com os criminosos, foram encontradas diversas armas de fogo, sendo uma pistola canadense, calibre .45, com 13 munições .45 intactas e uma munição .45 deflagrada; submetralhadora,, calibre .40, patrimônio da Polícia Judiciária Civil, com um carregador com 12 munições .40 intactas; e uma pistola, calibre .380, patrimônio da Polícia Militar, com um carregador com uma munição .380 intacta e três munições .380 deflagradas.

O mesmo grupo criminoso inicialmente identificado no dia dos fatos também era investigado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá por diversos crimes patrimoniais anteriores, investigação que auxiliou no levantamento de provas técnicas da participação deles no crime.
 
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