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28/10/2020 às 18:04 | Atualizada: 28/10/2020 às 18:33

AFG Brasil S/A entra com recuperação judicial de R$ 650 milhões; veja lista de credores

Eduarda Fernandes

A juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, deferiu o pedido de recuperação feito pela empresa AFG Brasil S/A. Com sede em Cuiabá, a AFG atua desde o ano de 2002 na comercialização de grãos e agora deixa uma lista enorme de credores que aguardam para receber. O valor total da dívida é de R$ 648.526.742,15. 

Em decisão proferida nessa terça-feira (27), a magistrada deu prazo de 60 dias, contados da publicação da decisão, para que a empresa apresente seu Plano de Recuperação Judicial, sob pena de convolação em falência.

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A juíza também declarou suspensas, pelo prazo máximo de 180 dias, as ações e execuções promovidas contra a empresa, por créditos sujeitos aos efeitos da recuperação judicial.

No pedido, a empresa conta que adquiriu ao longo dos anos “sólida e relevante posição no ambiente nacional, oriunda do firme compromisso e da parceira estabelecida com os produtores de grãos das regiões agrícolas mais promissoras do país”, conectando o mercado “desde a saída das fazendas produtoras, realizando seu respectivo transporte, armazenagem e controle de qualidade até chegar na venda à indústria”.

Afirma que a robustez do sistema logístico desenvolvido e o know-how operacional permitiram seu contínuo crescimento, além do ingresso no mercado externo no ano de 2013, com a exportação de grãos para diversos países espalhados por distintos continentes, especialmente para Ásia, Europa e Américas, chegando a atingir a marca de 1,6 milhão de toneladas de grãos comercializados, contando com dois portos de uso exclusivo para embarque de suas cargas para os mais variados destinos, sendo eles localizados em Imbituba (SC) e Vitória (ES).

Sustenta que os elevados custos da dinâmica do mercado de grãos, especialmente para aquisição de estoque, transporte (frete) e armazenagem compeliram a empresa a acessar as mais diversas fontes de financiamento com instituições nacionais e internacionais, buscando atender a demanda na velocidade exigida, e que seu método de operação, até o ano de 2019, apresentou-se assertivo e lucrativo.

Contudo, nos meses que antecedem as safras de soja e milho, explica que precisou recorrer ao mercado financeiro para se capitalizar e que os financiamentos obtidos, em virtude da atividade de exportação, são essencialmente em dólar. Neste contexto, este ano, tomou a maior parte do crédito para aquisição de seu estoque de grãos quando a taxa cambial contava com o real valorizado em relação ao dólar, se comparado ao momento atual.

Pondera que os grãos costumam ser adquiridos essencialmente entre os meses de fevereiro a setembro e o atual cenário econômico mundial atingiu níveis de incerteza e insegurança até então não vivenciados. Além disso, pontua que no Brasil “a complicada situação fiscal somada à crise sanitária estabelecida em função da pandemia do vírus Sars-Cov-2, levou a moeda brasileira, quando comparada às outras moedas, a registrar a pior performance frente ao dólar”.

Todo esse cenário impactou negativamente a empresa, motivo pelo qual pede intervenção do Poder Judiciário para o reequilíbrio de sua atividade.

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