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17/11/2020 às 14:08 | Atualizada: 17/11/2020 às 14:08

Dezoito Câmaras de MT não terão representantes mulheres; 15 se elegem prefeitas

Alline Marques

Nas eleições de 2020, 15 mulheres foram eleitas para comandar as prefeituras nos municípios de Mato Grosso. Número que representa apenas 10% do total de cidades no estado e que não houve alteração com relação à disputa de 2016, quando também foram eleitas o mesmo número de candidatas femininas.

Uma das cidades que chama a atenção com relação à participação das mulheres é Jaciara (143 km de Cuiabá), onde a chapa eleita conta não apenas com uma candidata mulher, mas com duas. Na cidade, foi eleita para comandar a prefeitura nos próximos quatro anos foi Andreia Wagner que tem como vice a empresária Maria Zila Bruschetta, ambas do PSB. Por outro lado, a Câmara Municipal contará com apenas uma mulher no parlamento e se trata da professora Simone (PSL).

Já a cidade de Dom Aquino (128 km de Cuiabá) superou as expectativas e dos nove eleitos, seis são mulheres, e duas delas foram as mais votadas: Natalia Lopes (PSB) e Maria de Souza Oliveira (PL). Já na disputa pela prefeitura da cidade, Analourdes Coutinho (PP) acabou ficando em segundo lugar, sendo derrotada por Zão (PL), que acabou reeleito com 67,69%.

Só que este cenário não representa a realidade do estado. Isto porque as câmaras municipais de 18 cidades não elegeram nenhuma mulher para o Legislativo. Em Cuiabá, capital do estado, que atualmente não tem representante feminina vai contar com duas mulheres, Edna Sampaio (PT) e Michelly Alencar (DEM), para a próxima legislatura. Em Várzea Grande, saiu de duas para três mulheres no parlamento, assim como Juara.

A deputada Janaina Riva (MDB), única mulher na Assembleia Legislativa, comentou sobre o assunto e analisa que, na verdade, houve uma estagnação da participação da mulher na política e na disputa eleitoral para cargos majoritários.

Para Janaina, este cenário traz à tona uma pauta que a parlamentar trabalha há anos: “a necessidade das mulheres ocuparem mais espaço de poder em condições igualitárias de disputa e da necessidade que legislação que tramita no Congresso Nacional sobre a reserva de vagas nos parlamentos para mulheres, seja aprovada”.

Segundo a parlamentar, para ser ter mais mulheres na política é necessário igualdade, porém, dificilmente as mulheres concorrem em pé de igualdade com os homens por uma série de fatores que vão desde dificuldade financeiras, até pela questão estrutural familiar e a maternidade. Além disso, para ela, a legislação que obriga a cota partidária de mínimo de 30% é fictícia e ineficiente.

“Dificilmente uma mulher vai deixar filhos em casa para encarar uma campanha e não é por que elas não querem isso, mas muitas vezes por não ter o apoio familiar ou mesmo uma estrutura segura para fazer sua campanha com tranquilidade, a maternidade pesa muito e eu posso falar com propriedade. Isso já nos coloca em desvantagem. Fora isso, muitas ainda enfrentam machismo, preconceito, descrédito e até dificuldade financeira, por isso sou a favor não de obrigá-las a se candidatar, mas garantir para elas um percentual mínimo de vagas nos parlamentos, acho que isso sim seria eficiente”, explica.
 
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