Imprimir

Imprimir Notícia

21/11/2020 às 16:55

Saiba quais são os principais problemas de pele que afetam diabéticos

Leiagora

Existem aproximadamente 16 milhões de diabéticos no Brasil atualmente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Destes, estima-se que cerca de um terço desenvolverá um problema de pele diretamente relacionado à doença. Inclusive, alguns quadros podem ser um sinal de alerta de diabetes para aqueles que ainda não tiveram o diagnóstico. 

Conforme explica a médica dermatologista Karin Krause Boneti, diabéticos têm mais propensão a ter problemas de pele por conta da dificuldade do corpo em mantê-la hidratada e também devido a algumas infecções que podem surgir em razão do baixo desempenho dos anticorpos. 

“Quando a glicose (açúcar no sangue) está elevada, o corpo tenta eliminar esse excesso de outros modos – como, por exemplo, pela urina. Logo, os diabéticos costumam ir várias vezes ao banheiro e eliminam muito líquido – o que diminui a hidratação da pele e do corpo. Sendo assim, a pele pode apresentar rachaduras, coceiras e facilitar infecções por micro-organismos. A boa notícia é que muitos problemas podem ser evitados e/ou detectados e tratados precocemente”, comenta.

Embora qualquer pessoa possa ter infecções por bactérias na pele, Karin ressalta que diabéticos estão mais propensos a elas. “Entre os problemas bacterianos de pele que tendem a incomodar os pacientes, constam terçol, foliculite, infecções ao redor das unhas e carbunculose – infecções profundas na pele. Esteja atento! Normalmente, a área ao redor da infecção estará quente, vermelha, dolorida e inchada. O tratamento pode englobar desde cremes até o uso de antibióticos”, pondera.

A médica dermatologista alerta que diabéticos também estão mais suscetíveis a infecções fúngicas, especialmente a candidíase (Candida albicans). “Semelhante a uma levedura, este fungo causa uma erupção na pele vermelha e coceira, frequentemente cercada por pequenas bolhas e escamas – geralmente, encontradas em áreas quentes e úmidas como axilas, virilha, embaixo dos seios e entre os dedos. Vale conversar com um médico sobre o melhor tratamento”, destaca.

Segundo Karin, pessoas com diabetes tendem a apresentar coceira com mais frequência. “Em diabéticos, a causa pode ser uma infecção por fungos, pele seca ou má circulação. Quando o fluxo sanguíneo insuficiente é o culpado, a parte inferior das pernas pode ser a parte do corpo que mais coça. Para evitar, considere tomar banho com água mais fresca (não tão quente) e usar sabão neutro. Hidrate a pele seca com um pouco de loção, mas evite aplicar entre os dedos do pé”.  

 

Outra condição a ser observada é a dermopatia diabética. “Trata-se de manchas de pele escamosas e marrom-claras, que podem ser ovais ou circulares e geralmente ocorrem nas canelas. Sim, as famosas ‘manchas na canela’. São causadas por danos aos pequenos vasos sanguíneos que fornecem nutrição e oxigênio aos tecidos. Este problema de pele costuma ser inofensivo e não requer tratamento, mas é preciso tomar cuidado para não se transformar em feridas”, comenta a médica dermatologista.

Condição mais rara do que a dermopatia diabética, a necrobiose lipoídica diabeticorum também merece atenção. “Maiores em tamanho e em menor número, começam como pequenas protuberâncias sólidas que parecem espinhas – castanhas claras, ovais e circulares. Com o tempo, essas saliências se transformam em manchas e podem parecer brilhantes com uma borda vermelha ou violeta. Normalmente, coçam e doem. Tendem a ocorrer nas pernas e em diabéticos tipo 1”, reforça. 

Enquanto que diabéticos tipo 2, pré-diabéticos e obesos estão mais suscetíveis a desencadear Acanthosis Nigricans. “Esta condição apresenta uma mancha (ou faixa) escura de pele aveludada na nuca, axila, virilha ou em outro lugar. Isto pode significar que você tem insulina em excesso no sangue. A propósito, o primeiro passo para evitar este tipo de doença é controlar a glicemia. Se possível, opte por usar sapatos confortáveis, bem como roupas íntimas e meias 100% algodão e sem costura – permitindo maior fluxo de ar e circulação”, aconselha.

 
Da Assessoria
 
 Imprimir