Imprimir

Imprimir Notícia

27/11/2020 às 14:36 | Atualizada: 27/11/2020 às 16:26

Parque Mãe Bonifácia reabre sábado e quem alimentar animais pode pagar até 10 mil

Maria Clara Cabral

A morte de 16 macacos saguis no Parque Estadual Mãe Bonifácia, em Cuiabá, reacendeu o alerta das autoridades ambientais sobre os perigos de humanos alimentarem animais silvestres em unidades de conservação ambiental.

Isso porque o laudo feito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) apontou como causa das mortes uma infecção por herpes viral, possivelmente por saliva humana, e que rapidamente se espalhou pela espécie.

Até que o resultado fosse divulgado, o parque permaneceu fechado durante quase um mês e será reaberto para o público neste sábado (28), conforme anunciou o coordenador da unidade Flávio Padilha, analista da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema).

“O parque está preparado para essa reabertura, programada para amanhã, das 6h até as 17h. Será aberto todos os dias nesse mesmo horário”, disse 
em coletiva de imprensa nesta manhã (27).

Para a reabertura, tenente coronel da Policia Ambiental, Mateus Cacciolari afirma que as ações de conscientização ambiental serão intensificadas e as medidas de punição endurecidas, já que alimentar animais silvestres é crime ambiental.

Segundo ele, a multa para quem for flagrado pode variar de R$ 500 a R$ 10 mil por infração das normas do parque; além de R$ 500 a R$ 5 mil por animal morto. O crime ambiental também pode levar à detenção de seis meses a dois anos.


Ten. Cor. da Policia Ambiental, Mateus Cacciolare. Foto: Tchélo Figueiredo - Secom/MT

“No próprio parque vocês vão observar que existem placas advertindo sobre alimentar animais. Esse trabalho sempre foi feito no âmbito da educação, mas a gente sabe que as pessoas ao ver a presença dos policiais, ficam comedidas. Então estaremos mais presentes”.

Cacciolari 
afirma que uma sede Polícia Ambiental foi instalada recentemente no Parque Estadual há cerca de oito meses. Desde então, a atuação ainda estava sendo intermidente e não foram registrados casos desse tipo infração.

“Acredito que ainda não houveram inflações por conta da pandemia. O parque ficou muito tempo fechado e justamente no momento da reabertura houve o fato”, explica.


Valdo Troy, gerente de fauna e animais silvestres. Foto: Tchélo Figueiredo - Secom/MT

Animais no parque não passam fome?

O gerente de fauna silvestre da Sema, Valdo Troy também alertou a população de que os animais não passam fome na unidade e se alimentam exclusivamente da floresta no entorno e é normal que eles possam “emagrecer” em algumas épocas do ano.

 “A forma física dos animais silvestres acompanha o período de maior ou menor abundância de recursos que a natureza oferece. Afirmar que o animal está passando fome é um mal-entendido. Eles não precisam da intervenção humana para se alimentar”, explica.
 
 Imprimir