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30/11/2020 às 09:00

Juiz eleitoral, Geraldo Fidelis cita ‘baixo nível’ das campanhas em 2020

Camilla Zeni

O juiz da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá, Geraldo Fernandes Fidelis Neto, criticou a forma como se deram as eleições de 2020. Em sua avaliação, o pleito foi pautado pelo baixo nível entre os candidatos, o que resultou em um aumento no trabalho da Justiça Eleitoral.

Durante vistoria nos colégios eleitorais, na manhã deste domingo (29), Fidelis comentou brevemente que as eleições exigiram uma carga de trabalho muito maior neste ano.

“Eu sou juiz da propaganda. [Foi] um nível muito baixo. Eu ia dormir três, quatro horas da manhã todos os dias. Houve muito trabalho, muito trabalho. Eram de cinco a oito liminares por dia”, revelou aos jornalistas.

Nessas eleições, o Tribunal Regional Eleitoral se viu atolado de pedidos de liminares, direito de respostas e até de indenização por danos morais.

Em algumas situações, como a dos candidatos da eleição suplementar ao Senado, a Justiça sequer conseguiu analisar no mérito todos os pedidos. Mesmo tendo passado duas semanas do fim da eleição, realizada no dia 15 de novembro, ainda nos últimos dias os juízes eleitorais analisavam pedidos em relação àquela eleição. Contudo, todos foram negados por perda de objeto.

Opositores desde antes do pleito, os candidatos à Prefeitura de Cuiabá, Abílio Júnior (Podemos) e Emanuel Pinheiro (MDB), foram dois que abusaram da Justiça Eleitoral. Em sua maioria, os pedidos se referiram a propagandas eleitorais, veiculadas em rádios e televisões, que levaram o concorrente a sentir que teve sua honra atacada. Em outras ações, tratavam-se de pedidos para suspensão da propaganda por outra violação eleitoral. 

Nem todos os pedidos chegaram a ser aceitos, porém. O candidato Abílio Júnior foi um dos que teve diversos pedidos negados, principalmente por falhas no pedido liminar ou porque a Justiça não entendeu as situações da mesma forma que o candidato. 

Contudo, em outras ocasiões conseguiu decisões expressivas. Uma delas foi deferida na reta final da campanha, no dia 27 de novembro. Nessa decisão, a Justiça Eleitoral concedeu 30 minutos de direito de resposta ao candidato do Podemos, porque entendeu que Emanuel usou seus programas eleitorais para fazer acusações contra o concorrente, sem que houvesse comprovação dos fatos alegados.
 
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